terça-feira, 31 de maio de 2011

A resposta do Governo às mortes na Amazônia: a continuação da impunidade



Ontem, (30 de maio), ocorreu uma reunião em Brasília que visava discutir o assassinato de quatro camponeses em menos de uma semana na região da Amazônia: três no estado do Pará e um em Rondônia. A reunião foi coordenada por Michel Temer, presidente em exercício, e contou com a participação de Gilberto Carvalho (ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência), José Elito Carvalho (ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Márcio Meira (Presidente da Funai) e representantes da Polícia Federal e da Secretaria de Direitos Humanos.

Entre as medidas anunciadas para conter os conflitos agrários na Região Norte do país, está a análise de uma lista com 125 nomes feita pela Comissão Pastoral da Terra de ambientalistas e trabalhadores rurais ameaçados de morte, de acordo com o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto. Outra medida anunciada foi a liberação até dezembro de R$ 1 milhão para as superintendências do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Pará e no Amazonas. Segundo o Governo essa verba tem por objetivo aumentar a fiscalização em áreas de assentamento. O Governo Federal anunciou também a criação de um grupo interministerial que visa discutir quais ações serão adotadas para conter a violência no campo.

No entanto, essas medidas anunciadas não resolverão os problemas das ameaças de mortes na região, afirmo isso por que essas não combatem a raiz do problema, ou seja, a ocupação das terras por parte dos latifundiários, que desmatam em grandes quantidades para obtenção de lucros.

Destaca-se que essas medidas continuam defendendo os grileiros da região e será usada para reprimir mais fortemente os sem-terras, prova disso é a fiscalização dos assentamentos e que nem segundo o próprio Governo afirmou que nem todos os ambientalistas serão protegidos. O fato é que a morte dos ambientalistas trouxe de volta à discussão dos conflitos de terras na região norte e isso teve repercussão nacional, sendo assim, o Governo não pode ficar passivo diante dos fatos, então procuraram formas de responderem como se estivessem preocupados com os ambientalistas.

A verdade é que se o Governo tivesse preocupado com o desmatamento e a grilagem de terras na Amazônia, o Novo Código Florestal jamais teria sido aprovado, já que a grande maioria dos deputados são aliados do Governo, portanto o que eles buscam na verdade é continuar com o “Governo das Ilusões” a qual utiliza-se de certas medidas e políticas que visam apenas para o fetiche, neste caso, eles se mostram como defensores dos “ambientalistas”, mas na realidade querem apenas impedir a ocupação de terras promovidas pelo MST, enquanto os reais invasores (grileiros), continuam impunes seja pela falsificação das terras, seja pela causa de morte de índios, ambientalistas, trabalhadores rurais, sem-terras e religiosos na região.

É preciso realizar uma grande manifestação e lutar contra a investida dos latifundiários que é parte da ofensiva ditatorial promovida pela classe burguesa e pelo Estado, só assim os defensores da Amazônia continuarão seguros, pois enquanto houver injustiça sempre haverá quem lute contra elas, e enquanto existem aqueles que lutam contra as injustiças existem aqueles que continuam defendendo os verdadeiros culpados, o resultado são as tensões no campo.

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