quarta-feira, 4 de maio de 2011

Brasil diminui nível de "desigualdade": até que ponto?

A taxa de desigualdade no Brasil caiu à mínima histórica no final de 2010, segundo estudo divulgado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPS/FGV) nesta terça-feira (3). Em oito anos - de dezembro de 2002 a dezembro de 2010 -, o país conseguiu reduzir a pobreza em 50,64%, de acordo com a pesquisa “Desigualdade de Renda da Década”.

A taxa de desigualdade, medida pelo índice de Gini, ficou em 0,5304 em 2010, a menor desde 1960, quando começou a pesquisa. No entanto, o economista Marcelo Neri diz que, quando comparado com outros países, ainda é “estupidamente alto, porém menor do que antes” o nível de desigualdade no Brasil. “Se é uma má notícia que a nossa desigualdade ainda é alta, a boa notícia é que ela deve cair. O que os dados mostram é que a queda continua”, destacou.

O fato é que não podemos nos iludir com esses dados, os números muitas vezes não dizem realmente o que acontece, por exemplo, ele afirmou que os principais motivos para essa diminuição foi a educação e em menor escala os programas sociais. Isso mostra o quanto não podemos confiar sempre nos números, devemos pois analisar em sua totalidade.

Quando ele diz que a educação é um dos principais fatores é porque o nível de evasão escolar diminuiu significativamente, mas isso aconteceu graças a obrigação que os pais tem para poderem receber o bolsa família, adiciona-se a isso a queda de reprovação, mas destaca-se também que hoje o Estado praticamente obriga o professor a não reprovar seus alunos.

Ainda de acordo com a pesquisa, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE) a renda dos 50% mais pobres no Brasil cresceu 52,59%, entre 2001 e 2009, enquanto que a renda dos 10% mais ricos do país cresceu 12,8%. Isso significa dizer que a renda da classe baixa teve um crescimento de 311% na comparação com os mais abastados.

Esses números mais uma vez "camuflam" a real situação do Brasil, afirmo isto porque o fato dos mais pobres terem crescido tanto a renda se deve principalmente aos programas sociais como a bolsa família e não muito além disso.

Não quero dizer que não houve melhorias, pois houve, mas essa melhoria ainda é muito pouco, somos um dos países mais desiguais do planeta, as condições de vida no nosso país pode está melhorando gradativamente, mas isso acontece apenas por dois motivos: manter a passividade das pessoas e incluí-las como consumidores ativos movimentando o capital.

Não nos iludamos então com que os números nos mostram, mas o que a realidade nos mostra, basta ver em sua cidade a grande diferença entre os bairros de classe alta e os de classe baixa.Não digo somente pelo tamanho das casas, mas também pela infraestrutura, os bairros de classe alta jamais terão esgoto a céu aberto, porém os de classe baixa são excluídos do direito ao saneamento básico.

Nesse sentido, procuremos conhecer a real situação em nosso país, pois analisando os fatos em sua totalidade podemos ver até que ponto a "verdade" que nos passam, é realmente verdade.

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