sexta-feira, 27 de maio de 2011

O sistema atual vigente e a criação da sociedade do consumo


A meia noite de hoje (dia 27) começou a venda do iPad 2 no Brasil, cerca de 300 pessoas foram ao evento de lançamento do tablet com muita expectativa de conseguir comprá-lo, um estudante de 19 anos chegou 9 horas do lançamento, só para ser o primeiro a comprar o produto.

Essa é uma demonstração do fetichismo criado pela sociedade capitalista que ilude as pessoas ao consumo desenfreado, limitando a nossa visão na identificação de o que desejamos e o que de fato necessitamos.

O atual modelo de consumo decorre da evolução histórica do sistema de produção capitalista que, como afirmava Marx, se fundamenta na produção generalizada de mercadorias. A sociedade de consumo contemporânea nasce com o advento da produção de massas fordista e com a implementação das políticas keynesianas, depois da 2ª Guerra Mundial, que permitiram um aumento do nível de vida da classe trabalhadora e dos setores populares, assim como seu conseqüente acesso ao consumo de massa.

O capitalismo provoca a criação artificial de necessidades de consumo, com o objetivo de manter um nível de produção firme. Cria-se a ilusão de que necessitamos mais para viver melhor, aparecem novos produtos que se tornam “indispensáveis” e que promovem uma cultura do gasto permanente.

Quantas vezes você já ouviu de seus avós que os produtos antigamente eram mais duráveis? O fato é cada vez mais a vida útil dos produtos torna-se mais curta, e ao mesmo tempo aparecem outros com novas características. Um computador há 5 anos atrás tinham características muito menos avançadas que os de hoje, e pressuponho que logo eles serão substituídos pelos tablets, como esses que chegaram ao Brasil hoje.
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O modelo de consumo vigente transformam as mercadorias em algo indispensável, e dessa maneira os produtos tomam vida para além de seu valor estritamente material. Ao mesmo tempo o capitalismo se fundamenta na mercantilização de todos os âmbitos da vida, utilizam a violência, o lazer, a saúde a educação como meios de consumo, e estes passam a ser geridos por critérios de mercado, transformando os munícipes em clientes. As pessoas passam a serem identificadas como consumidoras e clientes submissos que aceitam as regras do mercado e que se sentem realizadas a partir do consumo. Trata-se de anular de utilizar o consumo como um caminho tanto para a alienação, quanto para a circulação de capital a qual o sistema atual necessita.

O principal instrumento utilizado para a propagação e efetivação deste modelo de consumo é a publicidade, que excita constantemente nossos desejos com o objetivo de propiciar o incentivo à compra. A publicidade, muitas vezes através da mídia é que nos diz o que temos que comer, comprar, vestir… E assim, transformam as pessoas em modelos de consumo, e nós passamos a nos identificar e acabamos consumindo para “ser aquilo que compramos”, vendendo-nos um estilo de vida, pois nós somos essa “coca-cola” toda. E a vida é bonita, mas pode ser linda. E além de tudo viver sem fronteiras.

Ou seja, o capitalismo através propaganda não nos incentiva apenas comprar um produto, ela determina o que devemos usar, como devemos viver, enfim o que devemos ser.

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