quinta-feira, 26 de maio de 2011

O PAC e sua atuação no campo

Quando o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse em seu primeiro mandato (2002) e no segundo (2006) gerou-se grande expectativa por parte das classes populares. Estes acreditavam que o mesmo iria enfim olhar para os pobres e realizar a tão esperada Reforma Agrária. Seus
oito anos se passaram e hoje, pós governo Lula percebe-se sua grande popularidade e seu “prestígio internacional”, mas o problema da terra continua sem solução.

Essa popularidade do governo petista pode ser explicada através da atuação do Estado que soube criar um “Governo de ilusões”, onde ao mesmo tempo em que “ajuda” as classes populares através de políticas assistencialistas como o Bolsa Família, também deixa claro que precisa dos grandes empresários urbanos e/ou rurais. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) lançado em 28 de janeiro de 2007 é um programa do governo federal brasileiro que engloba um conjunto de políticas econômicas, planejadas para os quatro anos seguintes. O Programa é uma prova do quanto o governo atual não está interessado em romper com a classe dominante.

O PAC tem por objetivo o crescimento econômico do país, gerando um aumento de 5% a.a no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro com um investimento de 500 bilhões de reais. Para implementá-lo o Governo se uniu com empresas privadas que são as principais responsáveis para a realização dos investimentos do programa

O PAC tem por característica o incentivo à industrialização e à urbanização, mas isso não significa que apenas as cidades são atingidas, mas também o campo, pois a instalação das hidroelétricas, o aumento dos projetos de irrigação e a transposição do Rio São Francisco acabam afetando a vida de muitos camponeses que muitas vezes são expropriados de suas terras restando aos mesmos ou viverem em condições precárias nas cidades ou trabalharem para os grandes latifundiários.

O Programa confirma que o Estado busca sempre o crescimento econômico do país mesmo que este não venha acompanhado de melhorias para a população. Destaca-se que o Brasil é um dos dez países mais ricos do mundo, mas encontra-se apenas em 73º no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Nota-se que apesar da riqueza do país, a maioria da população ainda se encontra em condições precárias, pois essa riqueza está concentrada nas mãos de uma parcíssima parte da população. Assim, o aumento da industrialização e da produção de alimentos não favorece a camada popular brasileira apenas reafirma a configuração concentradora do país.

Diferentemente do Governo FHC (Fernando Henrique Cardoso), o Governo que o sucedeu diminuiu as privatizações, no entanto, criou o PAC permanecendo o incentivo às empresas privadas. O fato é que se presencia a ampliação do agronegócio, instalação das hidroelétricas e a transposição do rio São Francisco, destaca-se que o Governo defende essas obras e este modelo agrícola fundamentado no discurso de geração de emprego e crescimento econômico do país, no entanto iguinoram os prejuízos ambientais e/ou humanos que uma hidroelétrica ou uma mudança no curso de um rio já tão maltratado pode trazer.

Muitos camponeses que veem em programas como o PAC uma “barreira” para a construção de uma sociedade mais igualitária, se unem nos movimentos sociais para reivindicarem contra as políticas que nada tem os beneficiados O camponês busca através da luta, sua recriação frente ao sistema atual vigente. Hoje no campo existe dois modos de se usar a terra: Um é utilizada pelos grandes latifundiários para extrair lucro e renda e outro pelos camponeses que extraem da terra o necessário para sua sustentação.

Essa disputa revela o quanto o discurso “desenvolvimentista” mediado pelo Estado, não se traduz de fato em ações concretas, o que vemos são ajudas simplórias para a camada popular e essa, muitas vezes fica alienada acreditando que o Governo está de fato lhe ajudando, no entanto todas essas políticas compensatórias são formas de alienar a população e frear as reivindicações. Pois notamos que os maiores investimentos continuam sendo aplicados para o que o Estado chama de “crescimento econômico”, e o PAC é um exemplo disso.

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