segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mas uma ocupação de favelas: Medidas de segurança para o Povo ou para o dinheiro?

Da página do PCO

Neste domingo, dia 19 de junho, o governo do Rio de Janeiro, dirigido por Sérgio Cabral , aliado do PT e de Dilma, promoveu mais uma ocupação militar em um morro da cidade. O alvo desta vez foi o Morro da 
Mangueira, situado na zona Norte da capital fluminense.

A operação teve início às seis horas da manhã e foi concluída por volta do meio dia, quando militares do Bope anunciaram que já controlavam todos os pontos estratégicos da favela. Para ocupar o morro da Mangueira, foi utilizado um forte aparato repressivo, o que incluiu blindados do Exército e da Marinha e helicópteros da Aeronáutica. Foi a terceira vez que estes equipamentos militares foram utilizados em operações deste tipo. As outras duas haviam sido no Complexo do Alemão, em novembro de 2010, e no Complexo de Carlos, em fevereiro deste ano.

Foram utilizados 750 homens na operação.  Destes, 400 eram membros da Polícia Militar do Rio, que utilizou o Bope (Batalhão de Operações Especiais) e o Batalhão do Choque. Além deles, também participaram cerca de 150 militares da Força de Fuzileiros Navais e da Esquadra da Marinha. Estavam presentes  unidades da Polícia Civil, do Exército, da Força Aérea, Polícia Federal, do Corpo de Bombeiros e da Defensoria Pública do Estado

Imprensa capitalista esconde a operação de guerra contra o povo

Uma das principais propagandas realizadas pela imprensa capitalista para dar respaldo à ocupação do morro da Mangueira foi que, ao contrário de outras invasões,   supostamente não houve confronto entre os policiais e os traficantes durante a operação. Este tipo de propaganda serve para esconder da população a ação ditatorial realizada pela polícia, em particular pelo Bope, nas últimas semanas no Morro da Mangueira.
Há pelo menos um mês  vem sendo realizadas operações policiais com o objetivo de preparar a invasão e a ocupação militar. Em diversas oportunidades ao longo destas semanas os policiais foram denunciados por atirarem contra a população, prenderem  inocentes, agredirem e torturar moradores do locais, invadir de forma ilegal domicílios etc.

Para ocupar o morro da Mangueira outros dois morros próximos também foram invadidos pela polícia nas últimas semanas: o morro dos Telégrafos e do Parque da Candelária. Em ambos, os moradores fizeram as mesmas denúncias. 

Para se ter uma idéia, foram cumpridos quase cem mandados de busca e apreensão no Morro da Mangueira nas últimas duas semanas.
Neste período que antecedeu a ocupação, policiais do Bope controlaram a entrada da favela e passaram a vistoriar os moradores que quisessem  ntrar ou sair do morro. Tudo isto foi acompanhado do toque de recolher imposto pela polícia.

Desta vez, foi utilizada a seguinte tática: na véspera da entrada do Bope e do Exército foi “recomendado” (na verdade foi imposto) que ninguém saísse de casa. Ou seja, a favela foi completamente sitiada algumas semanas antes da entrada das tropas.

Neste sentido, dizer que a “ocupação ocorreu sem que nenhum tiro fosse disparado”, como afirmou o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mário Beltrame, serve apenas para encobrir todos os crimes cometidos antes da ação realizada no dia 19 de junho.

Mangueira sob domínio do Bope

A ocupação da Mangueira foi comemorada pela polícia e o governo Sérgio Cabral, pois a militarização deste morro é um passo importante para colocar toda a cidade sob estado de sítio. A Mangueira fica situada em um local estratégico, há menos de 1 quilometro de dois dos estádios esportivos mais importantes que serão utilizados na Copa de 2014 e nas Olimpíadas  de 2016, o Maracanã e o Maracanãzinho.   

Fora isso, com a ocupação do morro da Mangueira fecha-se o chamado “cinturão de segurança da Grande Tijuca. A instalação de uma UPP no morro da Mangueira, a oitava naquela região, está prevista para ocorrer daqui aproximadamente 60 dias. Até lá, os policiais do Bope continuaram controlando o morro.

A ocupação desta área tem como objetivo expulsar a população pobre do local, realizando a política fascista de “limpeza social” na região para que esta receba investimentos capitalistas relacionados a realização à Copa e às Olimpíadas. Na Barra da Tijuca, por exemplo, estão previstos grandes investimento na área hoteleira. Entre os investidores está o grupo norte-americano Hyautt que anunciou na última semana a intenção de construir um hotel de alto padrão no bairro.

Ou seja, para atender os interesses dos capitalistas, a população está sendo expulsa violentamente de suas comunidades.
É preciso denunciar esta operação no morro da Mangueira como mais um passo do governo Cabral para sitiar completamente a cidade e colocar o Rio sob total controle do Bope e do Exército.

O texto acima foi retirado da página do PCO

A "Pacificação" e a Copa

O fato é que antes da escolha do Brasil ser escolhido para sediar a Copa de 2014 e as Olimpíadas a de 2016 pouco ou nada tinha sido feito para a tentativa de combate a violência, porém pós escolha resolvem pacificar as favelas, o porque disso?

É indiscutível a  necessidade do combate a violência tanto no Rio de Janeiro como em todo o país, mas essa operações de "pacificação" das favelas cariocas deve-se ao fato que uma das preocupações das organizações internacionais como também os investidores temem pela segurança dos turistas que visitarão o país durante os principais eventos esportivos do mundo.

O que quero dizer é que não podemos nos iludir com a falsa ideia passada pelo Estado e divulgada pela imprensa capitalista de que o Governo está preocupado com a população em si, mas na verdade eles sabem que se não forem tomadas medidas de combate a violência, a insegurança dos turistas poderão espantá-los e isso traria grandes prejuízos financeiros tanto para o Estado quanto para os empresários que investiram no evento. 

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