sábado, 4 de junho de 2011

Até onde chegou a exploração do trabalho e a repressão às manifestações?


Mais de dois mil funcionários do Corpo de Bombeiros que invadiram o quartel central da corporação, na Praça da República, na noite desta sexta-feira (3), segundo o porta-voz do movimento intitulado Dignidade, cabo Benevenuto Daciolo, eles foram às ruas para reivindicar aumento de salário líquido de R$ 950 para R$ 2 mil e melhores condições de trabalho, além de vale-transporte.

Daciolo disse ainda que participam do protesto bombeiros de quartéis de todo o estado e que as praias devem amanhecer sem guarda-vidas no sábado (4). Ele usou o megafone para orientar os manifestantes a se deitarem no pátio, caso policiais do Batalhão de Choque entrem no local para retirá-los. Ele informou que é um protesto pacífico e que eles pretendem deixar o local somente após um acordo com algum representante do governo.

No entanto, o que poderia ser uma manifestação pacífica acabou transformando-se em um verdadeiro caos. Após uma noite inteira de negociações, a tropa de Choque da Polícia Militar e também policiais do Bope invadiram o quartel por volta de 6h10 da manhã deste sábado (4).

Os policiais usaram bombas de efeito moral e bombas de gás lacrimogêneo. Pelo menos duas crianças sofreram intoxicação devido ao gás e dois adultos tiveram ferimentos leves na cabeça, por conta das bombas de efeito moral que foram lançadas pelo Bope.

Segundo a deputada Janira Rocha (PSOL), que passou a noite no quartel com os bombeiros, cerca de 600 manifestantes foram presos. Ela diz que a PM entrou por trás, antes de terminar a negociação para a rendição dos manifestantes e que deram tiros de fuzil e de borracha nos bombeiros.

Agora queremos negociar direto com o coronel Cabral. Com uma atitude como essa, ele deixou de ser governador para agir como coronel. Os bombeiros que salvam vidas só querem negociar um salário digno, querem um piso dferente de R$950. Será que Cabral consegue gastar R$ 950 nas viagens que faz a Paris?" indagou a deputada.

Vale destacar que segundo o próprio site do Bope, eles se autodenominam como “policiais especializados em operações ao combate ao crime em áreas de alto risco e resgate de reféns. Nesse sentido, nota-se que o Governo do Rio de Janeiro tratou os bombeiros responsáveis por salvar pessoas quando estão em risco, como se fossem criminosos.
Eles estavam em busca de melhores salários por que o que recebem são muito abaixo do que merecem, eles arriscam suas vidas para salvar outras, destaca-se que eles são de extrema importância inclusive no estado do Rio de Janeiro, pois sempre são acionados quando há deslizamentos (que é muito freqüente e se deve ao descompromisso do Estado).

O fato é que eles estavam em uma manifestação pacífica, não agrediram ninguém, não danificou o patrimônio, no entanto foram tratados como delinqüentes. Eles ocuparam o quartel por que foi a forma encontrada para que seus apelos fossem atendidos, eles já tinham tentado alternativas para que houvesse a melhoria dos salários, no entanto não tinham tido êxito.

O fato é que esse episódio mostra a repressão aos trabalhadores praticada pelo Estado, eles estão tirando o direito do povo manifestar-se, e prender aqueles que defendem a vida por que acham injusto (e com razão) o que recebem é a prova clara disto. Destaca-se ainda que a crise em um setor militar mostra o tamanho da falência do regime que tem expressão em diversas esferas.

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