segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A reforma agrária como solução para os problemas ambientais


Sabemos que a preservação ambiental é um tema que “está na moda”, ela é divulgada pelos meios midiáticos e está presente no discurso do Estado, no entanto esses meios tratam o “homem” como causador e/ou acelerador dos problemas ambientais.
No entanto o problema vai muito além disso, não podemos pôr a culpa no humano em si, pois o problema é estrutural, diferentemente do que é divulgado não há como haver desenvolvimento sustentável dentro do sistema o qual somo regidos, pois preservação ambiental e crescimento econômico são contraditórias.
Recentemente, o mundo passou a contar com cerca de 7 bilhões de pessoas e a partir de então ressurgiu diversas dúvidas, como por exemplo, até quando a terra produzirá suficientemente para todos os habitantes do planeta? Sabemos que atualmente alimentos não faltam, na verdade faltam-se meios que permitam o acesso a toda população a ter o que comer.
Para se ter uma ideia, o Brasil joga na lata do lixo o equivalente a R$ 12 bilhões em alimentos por ano. Essa montanha de comida daria para alimentar cerca de 30 milhões de pessoas, ou 8 milhões de famílias durante um ano inteiro.
Esse cálculo foi feito pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.  E segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, a FAO, 10% dos brasileiros são desnutridos. Somam 17 milhões de pessoas que vivem com fome ou não comem o suficiente para manter a saúde. Dentro desse contingente, há mais de cinco milhões de crianças e idosos, os que mais sofrem com a desnutrição.

Esses números comprovam que alimentos se têm em fartura. Destaca-se ainda que além do desperdício doméstico, existe ainda o desperdício nos setores de produção e comercialização o que aumentaria ainda mais esses números.
Destaca-se que os grandes responsáveis por esse número são na verdade os grandes latifundiários. Pois além da produção em extensas áreas de produtos que visam à industrialização e a produção de biocombustíveis, muitos alimentos são desperdiçados diariamente por que não atingem o padrão necessário à exportação.
Por outro lado, o camponês trabalha para seu auto sustento, sendo assim aproveita tudo que é produzido, grande parte fica em suas casas enquanto o pouco que sobra é vendido para obtenção de outros produtos necessário à família.
Portanto, o problemas ambientais que presenciamos é culpa do sistema econômico a qual somos regidos, pois ele visa apenas o capital e ignora todos os problemas ambientais que a industrialização e o crescimento econômico reflete na natureza.
Quando o estado e a mídia (que também estão a serviço do capital) dizem que estão preocupados com o meio ambiente é apenas uma farsa, pois a única preocupação deles é com o econômico, eles sabem o quanto eles afetam o meio ambiente e consequentemente sabem que é necessário garantir reservas naturais para que futuramente possam utilizá-las para seu interesse econômico.
Neste sentido, devemos notar que apenas uma verdadeira reforma agrária pode resolver de verdade os problemas ambientais e econômicos de nosso país e do mundo, pois ninguém melhor do que o camponês para cuidar do meio em que vive, pois aquele que tem a terra como seu meio de produção e de seu auto sustento sabe o quanto ela é importante, e consequentemente a utiliza verdadeiramente de forma sustentável.

Um comentário:

  1. Dos melhores textos que já li acerca do tema!! Sucinto mas muito bem explicado! De fácil interpretação.
    Abrange diversas questões que estão intimamente interligadas e que são indispensáveis de se ter em conta para resolver alguns dos mais relevantes problemas do mundo.

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