Cidades do Nordeste do
país tiveram reconhecidos entre janeiro e abril deste ano quase três vezes mais
decretos de situação de emergência em comparação com o mesmo período do ano
anterior: são 417 em vez de 112, um aumento de 272%. O maior número dos últimos
5 anos. Esse total ultrapassa, também, os decretos na região em todo o ano de
2011, quando houve 297. Os dados levam em conta apenas os decretos aceitos pela
Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) e publicados no "Diário
Oficial da União".
O fato é que não é
novidade a “seca” proporcionar grandes problemas na região semiárida, pois isso
é um evento natural, todos os anos ocorrem estiagens na região, as vezes como
esse ano, são mais fortes. Quanto às estiagens, os técnicos Francisco Girardi e
Luís Teixeira do Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA), em São José dos
Campos – SP indicam que a seca é cíclica e acontece de intensidade menor de 13
em 13 anos e com período mais prolongado de 26 em 26 anos. Comprovaram isto
através de análises das ocorrências de chuvas de relatos de autores históricos
e das anotações pluviométricas mais antigas a partir de 1849. Estas análises
apontavam para mais uma provável grande seca no período de 2005 a 2011.
Certo que estamos em 2012,
mas isso comprova que a seca sempre estará presente no semiárido brasileiro,
não há como combate-lo mas há como conviver com essa situação. A convivência
com o semiárido visa captar água das chuvas para os períodos de grandes
estiagens, é notável que muito tem sido feito nesse processo, como é o caso das
cisternas, porém é necessário um maior investimento nessa área, como a
construção de barragens subterrâneas, pois nota-se que a água para o auto
sustento a cisterna consegue suprir, porém para o uso agropecuário e outras
atividades necessárias ainda são ineficientes.
Precisa garantir ao
pequeno produtor da região a sua produção agrícola e pecuarista, para isso é
necessário mais que programas assistencialistas como o seguro-safra, é preciso
maior investimento para a convivência com o semiárido.
Não diria que os políticos
precisam abrir os olhos para isso, pois está claro que eles sabem disso, o que
falta é acabar com as desigualdades existentes no país, entre elas, mudar a
situação fundiária do país. Se houvesse isso a seca não prejudicaria tanto essa região o os que nela convive.
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