terça-feira, 8 de maio de 2012
sábado, 5 de maio de 2012
Semiárido em situação de emergência
Cidades do Nordeste do
país tiveram reconhecidos entre janeiro e abril deste ano quase três vezes mais
decretos de situação de emergência em comparação com o mesmo período do ano
anterior: são 417 em vez de 112, um aumento de 272%. O maior número dos últimos
5 anos. Esse total ultrapassa, também, os decretos na região em todo o ano de
2011, quando houve 297. Os dados levam em conta apenas os decretos aceitos pela
Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) e publicados no "Diário
Oficial da União".
O fato é que não é
novidade a “seca” proporcionar grandes problemas na região semiárida, pois isso
é um evento natural, todos os anos ocorrem estiagens na região, as vezes como
esse ano, são mais fortes. Quanto às estiagens, os técnicos Francisco Girardi e
Luís Teixeira do Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA), em São José dos
Campos – SP indicam que a seca é cíclica e acontece de intensidade menor de 13
em 13 anos e com período mais prolongado de 26 em 26 anos. Comprovaram isto
através de análises das ocorrências de chuvas de relatos de autores históricos
e das anotações pluviométricas mais antigas a partir de 1849. Estas análises
apontavam para mais uma provável grande seca no período de 2005 a 2011.
Certo que estamos em 2012,
mas isso comprova que a seca sempre estará presente no semiárido brasileiro,
não há como combate-lo mas há como conviver com essa situação. A convivência
com o semiárido visa captar água das chuvas para os períodos de grandes
estiagens, é notável que muito tem sido feito nesse processo, como é o caso das
cisternas, porém é necessário um maior investimento nessa área, como a
construção de barragens subterrâneas, pois nota-se que a água para o auto
sustento a cisterna consegue suprir, porém para o uso agropecuário e outras
atividades necessárias ainda são ineficientes.
Precisa garantir ao
pequeno produtor da região a sua produção agrícola e pecuarista, para isso é
necessário mais que programas assistencialistas como o seguro-safra, é preciso
maior investimento para a convivência com o semiárido.
Não diria que os políticos
precisam abrir os olhos para isso, pois está claro que eles sabem disso, o que
falta é acabar com as desigualdades existentes no país, entre elas, mudar a
situação fundiária do país. Se houvesse isso a seca não prejudicaria tanto essa região o os que nela convive.
Dilma precisa vetar todas mudanças no Código Florestal
Por Luiz Zarref
Dirigente da Via Campesina Brasil
Especial para Página do MST
Dirigente da Via Campesina Brasil
Especial para Página do MST
O projeto que altera o Código Florestal brasileiro, votado nesta semana na Câmara dos Deputados, representa a pauta máxima ruralista. A bancada apoiadora do agronegócio e defensora daqueles que cometeram crimes ambientais mostrou sua coesão e conseguiu aprovar um texto de forma entrelaçada, comprometendo todo o projeto.
O texto está de tal forma que se a presidenta Dilma vetar partes dele, continua a mesma coisa. Exemplo: se vetar a distância mínima de floresta recuperada na beira de rios que ficou em 15 metros – atualmente é de 30m - o texto ainda fica sem nenhuma menção de recuperação nestas áreas. O turismo predatório em mangues também fica permitido, segundo o projeto.
Os ruralistas também aproveitaram para dificultar o processo de Reforma Agrária, com a restrição de dados governamentais para a população e até mesmo com a tentativa de anular as áreas improdutivas por desrespeito ao meio ambiente, tal como manda a constituição.
Além disso, os ruralistas fragilizaram o Cadastro Ambiental Rural, de forma que a população não tenha acesso aos dados, escondendo todos aqueles que cometem crimes ambientais e ferindo o princípio da transparência governamental para a sociedade.
A presidenta Dilma tem 15 dias para anunciar seus vetos, mas movimentos sociais e organizações ambientalistas já estão mobilizados para que a presidente derrube integralmente o projeto que saiu do Congresso Nacional.
A presidenta tem nas mãos, ainda, vasto apoio de parlamentares, organizações camponesas, sindicatos, sociedades científicas, entidades da igreja pelo veto global.
O papel dos setores progressistas é fazer pressão, enfrentar ideologicamente os ruralistas e criar um clima para que a presidenta Dilma faça o veto completo desse projeto. O meio ambiente e a Reforma Agrária estão seriamente comprometidos com este texto que sai do Congresso Nacional.
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