geografia em 360º
Uma análise do mundo em sua totalidade!
terça-feira, 8 de maio de 2012
sábado, 5 de maio de 2012
Semiárido em situação de emergência
Cidades do Nordeste do
país tiveram reconhecidos entre janeiro e abril deste ano quase três vezes mais
decretos de situação de emergência em comparação com o mesmo período do ano
anterior: são 417 em vez de 112, um aumento de 272%. O maior número dos últimos
5 anos. Esse total ultrapassa, também, os decretos na região em todo o ano de
2011, quando houve 297. Os dados levam em conta apenas os decretos aceitos pela
Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) e publicados no "Diário
Oficial da União".
O fato é que não é
novidade a “seca” proporcionar grandes problemas na região semiárida, pois isso
é um evento natural, todos os anos ocorrem estiagens na região, as vezes como
esse ano, são mais fortes. Quanto às estiagens, os técnicos Francisco Girardi e
Luís Teixeira do Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA), em São José dos
Campos – SP indicam que a seca é cíclica e acontece de intensidade menor de 13
em 13 anos e com período mais prolongado de 26 em 26 anos. Comprovaram isto
através de análises das ocorrências de chuvas de relatos de autores históricos
e das anotações pluviométricas mais antigas a partir de 1849. Estas análises
apontavam para mais uma provável grande seca no período de 2005 a 2011.
Certo que estamos em 2012,
mas isso comprova que a seca sempre estará presente no semiárido brasileiro,
não há como combate-lo mas há como conviver com essa situação. A convivência
com o semiárido visa captar água das chuvas para os períodos de grandes
estiagens, é notável que muito tem sido feito nesse processo, como é o caso das
cisternas, porém é necessário um maior investimento nessa área, como a
construção de barragens subterrâneas, pois nota-se que a água para o auto
sustento a cisterna consegue suprir, porém para o uso agropecuário e outras
atividades necessárias ainda são ineficientes.
Precisa garantir ao
pequeno produtor da região a sua produção agrícola e pecuarista, para isso é
necessário mais que programas assistencialistas como o seguro-safra, é preciso
maior investimento para a convivência com o semiárido.
Não diria que os políticos
precisam abrir os olhos para isso, pois está claro que eles sabem disso, o que
falta é acabar com as desigualdades existentes no país, entre elas, mudar a
situação fundiária do país. Se houvesse isso a seca não prejudicaria tanto essa região o os que nela convive.
Dilma precisa vetar todas mudanças no Código Florestal
Por Luiz Zarref
Dirigente da Via Campesina Brasil
Especial para Página do MST
Dirigente da Via Campesina Brasil
Especial para Página do MST
O projeto que altera o Código Florestal brasileiro, votado nesta semana na Câmara dos Deputados, representa a pauta máxima ruralista. A bancada apoiadora do agronegócio e defensora daqueles que cometeram crimes ambientais mostrou sua coesão e conseguiu aprovar um texto de forma entrelaçada, comprometendo todo o projeto.
O texto está de tal forma que se a presidenta Dilma vetar partes dele, continua a mesma coisa. Exemplo: se vetar a distância mínima de floresta recuperada na beira de rios que ficou em 15 metros – atualmente é de 30m - o texto ainda fica sem nenhuma menção de recuperação nestas áreas. O turismo predatório em mangues também fica permitido, segundo o projeto.
Os ruralistas também aproveitaram para dificultar o processo de Reforma Agrária, com a restrição de dados governamentais para a população e até mesmo com a tentativa de anular as áreas improdutivas por desrespeito ao meio ambiente, tal como manda a constituição.
O pousio, ou seja, o descanso que se dá a terra cultivada, ficou sem qualquer restrição de tempo e de técnica. Isso acaba com o conceito de área improdutiva. O texto viabiliza as áreas que estavam paradas desde a década de 1990 com regeneração de florestas. São 40 milhões de hectares nesta situação.
Além disso, os ruralistas fragilizaram o Cadastro Ambiental Rural, de forma que a população não tenha acesso aos dados, escondendo todos aqueles que cometem crimes ambientais e ferindo o princípio da transparência governamental para a sociedade.
A presidenta Dilma tem 15 dias para anunciar seus vetos, mas movimentos sociais e organizações ambientalistas já estão mobilizados para que a presidente derrube integralmente o projeto que saiu do Congresso Nacional.
A presidenta tem nas mãos, ainda, vasto apoio de parlamentares, organizações camponesas, sindicatos, sociedades científicas, entidades da igreja pelo veto global.
O papel dos setores progressistas é fazer pressão, enfrentar ideologicamente os ruralistas e criar um clima para que a presidenta Dilma faça o veto completo desse projeto. O meio ambiente e a Reforma Agrária estão seriamente comprometidos com este texto que sai do Congresso Nacional.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Tremor de terra no município de Petrolina-PE é registrado por estações sismológicas
Após
o tremor de terra ocorrido no último final de semana em vários lugares do
município de Petrolina-PE, Dormentes-PE e Afrânio-PE, várias moradores da
região ficaram preocupadas com a ocorrência de outros tremores e mais fortes.
O evento foi registrado por diversas
estações operadas pela UFRN. A hora de origem foi 15:48 UTC (12:48, hora
local). A magnitude foi determinada em 3.1. Exemplos de registros pelas
estações de Sanharó-PE (PCSA - Rede INCT) e Cabaceiras do Paraguaçu-BA (NBCP -
Rede RSISNE) encontram-se abaixo:
Regitro do tremor na estação PCSA, Sanharó-PE |
Registro do tremor na estação NBCP, Cabaceiras do Paraguaçu-BA |
Os especialistas reconhecem que abalos sísmicos nessa área do
Nordeste não são comuns, pois a região está no meio de uma placa tectônica e
esses tipos de tremores ocorrem mais intensamente nos limites entre essas
placas. No entanto, como é o caso de
Caruaru-PE existem fissuras rochosas a qual chamamos de falhas tectônicas e
elas podem causar tremores de até 5 na escala Richter.
Não
sabemos se este é o caso da região, porém seria de suma importância uma análise
geológica na região, o que possibilitaria um melhor entendimento sobre o tremor
de terra ocorrido no sertão pernambucano e consequentemente permitiria uma
análise da frequência que um evento como esse poderia acontecer na região. No entanto sabemos que é improvável um terremoto de grande proporção na região, por isso não há motivos para pânico.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Possivel tremor de terra no município de Petrolina-PE
Possível
tremor de terra foi sentido no sertão em algumas comunidades da cidade Petrolina-PE, não se sabe ainda se pode
ter sido um abalo sísmico, o fato é que moradores da região ouviram um estrondo
e a terra tremer. Alguns relataram sentir as mesas tremerem e as chaves da casa
balançarem, alguns imaginavam que poderiam ser ocasionados por dinamites
utilizadas para quebrarem pedras, no entanto, o tremor foi sentido em
comunidades que ficam a 50 km de distância de outros locais que também foram
sentidos, o que descarta a hipótese.
Ainda não foi
notificado nenhum outro evento parecido na região, fazendo com que algumas
pessoas da população local colocaram isso como “sinal do fim do mundo”. Talvez
nunca se chegue a conclusão sobre esse evento ser ou não um tremor de terra,
pois foi sentido apenas pela população local e não foi notificada por aqueles
que estudam os abalos sísmicos no país o fato é que a ideia propagada por muito
tempo de um Brasil essencialmente estável, livre da ocorrência de terremotos
foi descartada a algum tempo. A sismicidade brasileira é relativamente fraca em
comparação com outras regiões, mas é significativa porque aqui já ocorreram
vários tremores com magnitude acima de 5,0 indicando que o risco sísmico em
nosso país não pode ser simplesmente ignorado.
Por que são poucos e normalmente pequenos os tremores de terra no
Brasil
A teoria da Tectônica
de Placas ensina que as regiões onde acontecem mais terremotos correspondem as
bordas ou limites das placas e, no interior das mesmas, a sismicidade é
relativamente mais branda, porque o acúmulo de esforços, que acaba produzindo o
terremoto ocorre de forma mais lenta. Neste contexto, o Brasil teve a “sorte”
de situar-se praticamente no interior da Placa Sul-Americana, distante de seus
bordes leste e oeste, respectivamente representados pela Cadeia Meso-Atlântica
e a zona de subducção da faixa andina.
Comparativamente, o Acre é o estado que apresenta o maior nível de
atividade, tanto em número quanto no tamanho dos sismos, mas sua origem é
distinta da sismicidade do restante do país. Para explicar este fato é preciso
considerar que, o movimento relativo entre a Placa de Nazca, que mergulha por
debaixo da Placa Sul-Americana, produz constantes terremotos cujos focos vão se
aprofundando da costa do Pacífico, em direção ao interior do continente (veja o
texto sobre Tectônica de Placas). Na área correspondente ao limite entre o Perú
e o estado do Acre, os terremotos acontecem a grandes profundidades e, mesmo os
de maiores magnitudes, têm seus efeitos na superfície do terreno.
A grande parte dos sismos brasileiros é de pequena magnitude
( 4.5). Comumente eles ocorrem a baixa profundidade (
30 km) e, por isso, são sentidos até poucos quilômetros do epicentro. Este é,
quase sempre, o padrão de sismicidade esperado para regiões de interior de
placas. No entanto, a história tem mostrado que, mesmo nestas “regiões
tranquilas”, podem acontecer grandes terremotos. O leste dos Estados Unidos,
com nível de atividade sísmica equivalente a do Brasil, foi surpreendido, no
século passado, pela ocorrência de super-terremotos com magnitudes em
torno de 8.0.
É preciso investigar regiões intra-placas com maior detalhe em nível
global. Pouco se sabe, ainda, sobre o estado de esforços nestas áreas. Considerando
que nelas, são mais longos os períodos de recorrência de grandes terremotos, as
regiões intra-placas se tornam, também, áreas potencialmente perigosas para
sismos catastróficos.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Solidariedade aos estudantes da USP
da Página do MST
A terra, assim como a educação, são latifúndios que historicamente sempre estiveram nas mãos da elite brasileira, fazendo com que servissem somente aos seus interesses. Mas ao mesmo tempo, a classe trabalhadora se organizou para lutar contra esses latifúndios. O MST e o Movimento Estudantil são provas dessa organização da classe trabalhadora.
O que se viu na ação da Polícia Militar do último dia 8/11 foi mais uma demonstração da truculência e arbitrariedade com que o governo do estado de São Paulo tem tratado os movimentos sociais nos últimos anos, com a clara intenção de reprimir e criminalizar as lutas e os lutadores sociais que sonham em construir um mundo mais justo.
Porém, essa não é uma ação isolada. Faz parte da estratégia que o capital tem para com o nosso continente: transformar todos os bens em mercadoria. A educação e a terra, para eles, são somente mais uma dessas mercadorias. Da mesma forma acontece em outros países, como por exemplo no Chile e na Colômbia, onde leis de reforma da educação propostas pelos governos tem o claro objetivo de transformar a educação em mercadoria.
Mesmo com os avanços desses processos de privatização da educação, os estudantes seguem se organizando e se mobilizando, como demonstram os estudantes chilenos que estão em luta desde o inicio desse ano e os estudantes colombianos, que há cinco semanas estão em greve e hoje fazem uma grande marcha em defesa da educação pública. Para os estudantes chilenos e colombianos, todo nosso apoio e solidariedade.
É nosso dever e nossa tarefa defender uma educação pública, gratuita e de qualidade para o campo e à cidade. Não podemos permitir mais que fechem escolas no meio rural como vem acontecendo nos últimos 10 anos, onde mais de 37.776 escolas do campo foram fechadas. Temos que defender a autonomia e a democracia dentro das universidades e escolas, com eleição direta para reitores e diretores.
É nosso dever e nossa tarefa defender uma educação pública, gratuita e de qualidade para o campo e à cidade. Não podemos permitir mais que fechem escolas no meio rural como vem acontecendo nos últimos 10 anos, onde mais de 37.776 escolas do campo foram fechadas. Temos que defender a autonomia e a democracia dentro das universidades e escolas, com eleição direta para reitores e diretores.
Lutaremos por mais verbas para a educação, tendo na bandeira dos 10% do PIB para educação o nosso instrumento de luta para melhores salários aos professores, aumentar a verba para assistência estudantil, expandir o ensino público com contratação de professores e técnicos administrativos e a melhoria da infraestrutura das escolas e universidades no campo e na cidade.
Repudiamos a ação truculenta e antidemocrática da polícia de São Paulo sob o comando do governador Geraldo Alkmin e do Reitor João Grandinho Rodas. Basta de repressão e criminalização das lutas sociais!
Por esse compromisso histórico do MST com a Educação Brasileira, viemos por meio desta carta demonstrar toda a nossa solidariedade e apoio aos estudantes da Universidade de São Paulo, que lutam por autonomia e democracia nos rumos dessa importante universidade do nosso país para que ela represente de fato os anseios do povo brasileiro.
Direção Nacional do MST
Repudiamos a ação truculenta e antidemocrática da polícia de São Paulo sob o comando do governador Geraldo Alkmin e do Reitor João Grandinho Rodas. Basta de repressão e criminalização das lutas sociais!
Por esse compromisso histórico do MST com a Educação Brasileira, viemos por meio desta carta demonstrar toda a nossa solidariedade e apoio aos estudantes da Universidade de São Paulo, que lutam por autonomia e democracia nos rumos dessa importante universidade do nosso país para que ela represente de fato os anseios do povo brasileiro.
Direção Nacional do MST
Marcadores:
Anti-Capitalismo,
Atualidade,
Movimentos Sociais
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Agrotóxicos: segunda maior fonte de contaminação da água
Por Leandro Carrasco
Da Página do MST
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no
último dia 19 de outubro, um estudo sobre o saneamento básico no país. Nele, um
fato soa um tanto quanto curioso: constata que os resíduos de agrotóxicos são a
segunda principal fonte de contaminação das águas brasileiras, atrás apenas do
esgoto sanitário.
A análise apresenta ainda que, com 6,24%, os agrotóxicos ficaram a
frente dos despejos industriais e da atividade mineradora como origens de
contaminação. O uso indiscriminado dessas substâncias acaba afetando tanto a
vida quanto a saúde da população.
A doutora Silvia Brandalise, presidente do Centro Boldrini,
especializado em câncer infantil, localizado em Campinas e professora de Ciências
Médicas da Unicamp, diz que por ser um composto derivado de benzeno, o
agrotóxico é extremamente prejudicial à saúde, podendo disseminar o câncer. “O
agrotóxico, a maior parte deles, tem como matéria-prima básica os derivados de
benzeno. Os derivados de benzeno têm como ação importante a quebra de
cromátides, que são elementos que compõem o cromossoma. Uma exposição aos
derivados de benzeno ou à radiação, você consegue fazer uma mutação. Sendo
assim, o câncer e outras doenças, que são mutações sucessivas, vão acontecendo
na célula cronicamente exposta a esses produtos”, explica.
A utilização dos agrotóxicos em larga escala na agricultura chegou a
tal ponto que é preciso parar com o despejo desses produtos, segundo a
coordenadora do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas
(Sinitox), Rosany Bochner. “A verdade é que chegamos a um limite. Não tem mais
como falarmos apenas em diminuir ou usar outro tipo. É preciso acabar com o
uso. Acreditamos que é necessário até mudar a maneira de como o Brasil lida com
a produção de alimentos. Seria uma revolução maior”, afirma a coordenadora.
Outro grande problema apontado por Rosany é a questão dos alimentos
geneticamente modificados, pelo fato de utilizarem “muito agrotóxico para o seu
cultivo, em especial a soja. Com isso, toda a soja carrega uma quantidade
enorme de produtos químicos na sua composição. Sem contar que os produtores que
não utilizam os transgênicos, mas possuem agricultores vizinhos que os
produzem, acabam por ter suas plantações também contaminadas”, explica.
Ainda segundo a coordenadora, o Brasil se habituou a utilizar a
monocultura como forma predominante nas plantações, o que força os agricultores
a aplicar os agrotóxicos.
“O que é proposto por especialistas de produção é a agroecologia.
Entretanto, esse conceito iria mexer em uma questão cultural, já que hoje você
tem todo mundo comendo a mesma coisa o tempo todo. Não há mais a produção de
uma fruta, por exemplo, em determinada época do ano, e sim, a produção dela o
ano inteiro, por conta da manipulação”, acrescenta Rosany.
Saúde
Chamados pela indústria de “defensivos agrícolas”, o uso de pesticidas
ainda podem provocar danos na medula, a ponto de um transplante se fazer
necessário. “O defensivo agrícola é um veneno para o homem, pois ele altera o
cromossomo da célula. Uma das ações que ele faz no ser humano é diminuir a
produção dos glóbulos brancos. Com a queda de glóbulos brancos, a imunidade
cai. Isso provoca uma aplasia de medula, quer dizer, a medula óssea não produz
mais os elementos do sangue. Nesse cenário, que é uma destruição global da
medula óssea, só o transplante de medula pode resolver”, relata Brandalise.
Diversos estudos já comprovaram que foi detectada uma quantidade
significativa de agrotóxicos em águas da chuva. Na Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), existem teses que já provaram que essas toxinas foram
encontradas no leite materno, o que prejudica na formação do bebê. Tanto para
médicos, quanto para especialistas, a fiscalização das leis que regulamentam o
uso dos agrotóxicos, e até a extinção deles, é essencial para que a saúde da
população seja a prioridade na hora de se produzir um alimento.
Todavia, mesmo as legislações já vigentes que regulam a utilização
desses produtos são pouco respeitadas pelo setor. “Existe legislação que proíbe
a pulverização com veneno uma árvore que já tem frutos, por exemplo. Mas na
prática se vê aviões pulverizando pés de banana, de laranja, etc., já com o
fruto na árvore. Ou seja, a quantidade de derivado de benzeno que vai ficar
nessa fruta é enorme”, salienta a doutora.
Além do fato de existirem diversos “produtos que estão com a quantidade
muito maior de agrotóxico do que seria permitida pela Vigilância Sanitária.
Nisso, os consumidores ingerem uma hortaliça ou uma verdura com um altíssimo
teor”, enfatiza.
Intimidação
No entanto, apesar de já existirem diversos estudos que relacionam a
contaminação da água por venenos agrícolas, Rosany destaca a dificuldade que há
em associar causa e efeito nessa questão.
“O Sinitox registrava apenas intoxicações agudas. Contudo, com a
contaminação da água, pode-se levar uma população a desenvolver uma
desintoxicação que será crônica. O sistema de saúde não irá registrar essa
intoxicação como causada pelos agrotóxicos, pois ao longo do tempo é que irão
aparecer os problemas. Verificar esse nexo causal, provar que existe essa
relação, é muito difícil”, explica.
“É nessa incerteza que as indústrias se beneficiam, porque quando se
vai fazer qualquer tipo de denúncia, ela exige que tenha uma comprovação de
nexo causal. Como ainda não se tem essa relação, essas empresas acabam entrando
na justiça contra quem declarou qualquer coisa, intimidando as pessoas de
fazerem qualquer tipo de declaração. E por essa pressão, as pessoas acabam não
falando sobre o assunto”, conclui.
Aumenta incidência de câncer e bebês malformados em regiões de soja transgênica
Da AS-PTA
Por quase 10 anos, os moradores de áreas rurais e periurbanas da
Argentina onde a agricultura industrial vem se expandido têm recorrido a
autoridades políticas e aos tribunais de justiça, bem como protestado diante do
público, por causa dos problemas de saúde que suas comunidades vêm sofrendo em
função da pulverização de agrotóxicos usados nas diferentes culturas agrícolas.
Nesses locais, chama a atenção o aumento do número de casos de câncer,
de nascimento de bebês com malformações e de problemas reprodutivos e hormonais
desde que a pulverização sistemática de agrotóxicos se generalizou. As
reclamações das cidades-pulverizadas têm sido confirmadas por equipes médicas
que atuam nessas regiões, mas as respostas do sistema público de saúde e o
envolvimento das universidades públicas com o problema têm sido escassos e
limitados.
Buscando promover um espaço para a análise acadêmica e a reflexão
científica sobre o estado da saúde em cidades-pulverizadas, bem como ouvir e
apoiar os profissionais de saúde que vêm denunciando estes problemas, a
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nacional de Córdoba promoveu em
agosto deste ano o Primeiro Encontro Nacional de Médicos em
Cidades-Pulverizadas. Médicos, outras equipes de saúde e pesquisadores de
diferentes disciplinas atuando no país foram chamados a apresentar suas
experiências, dados, propostas e trabalhos científicos. O evento reuniu mais de
160 participantes de dez estados e de seis universidades federais.
O relatório do encontro, apresentando os principais resultados dessas
pesquisas, acaba de ser publicado.
Os relatórios e testemunhos apresentados pelos médicos presentes
confirmam as observações clínicas, atestando uma série de doenças e problemas
de saúde em pessoas expostas à pulverização. Embora as manifestações de
intoxicação aguda (aquela que se manifesta poucas horas após uma exposição
elevada a produtos muito tóxicos) representem a maior parte das queixas dos
pacientes, o que mais alarma os médicos na maioria das cidades-pulverizadas são
duas constatações: primeiro, o número de abortos espontâneos e de nascimento de
bebês malformados é significativamente maior nas cidades-pulverizadas do que na
média da população.
Segundo, nota-se também um aumento na incidência de câncer em crianças
e adultos, além de outras doenças sérias como a Púrpura de Henoch-Schönlein
(inflamação dos vasos sanguíneos), doenças hepáticas e neurológicas. Os médicos
chamaram a atenção para o fato de que, em geral, vêm trabalhando nas mesmas
comunidades por mais de 25 anos, e que as doenças observadas nos últimos anos
são incomuns e estritamente relacionadas à aplicação sistemática de
agrotóxicos.
Um exemplo contundente são os dados apresentados pela Dra. Ana Lía
Otaño, representante do Ministério da Saúde no estado do Chaco. O relatório
trazido por ela realça claramente o aumento dos casos de bebês malformados no
nível estadual, de acordo com os números da principal unidade de saúde pública
do estado, a Unidade Neonatal do Hospital J.C. Perrando, na cidade de
Resistencia (capital do estado), que passaram de 46 em 1997 para 186 em 2008
(um aumento de 19,1/10 mil nascidos vivos para 85,3/10 mil nascidos vivos).
Os números do Hospital de Resistencia convergem com os dados
apresentados pelo Dr. Horacio Lucero, diretor do Laboratório de Biologia Molecular
do Instituto Regional de Medicina da Universidade Nacional do Nordeste, que há
mais de dez anos vem estudando e registrando a relação dos problemas de saúde
acima descritos com a exposição residencial (por vizinhança) aos agrotóxicos no
estado do Chaco. O Dr. Lucero acrescenta que, nos últimos anos, o plantio de
soja por grandes conglomerados agrícolas veio substituindo outras atividades
agrícolas tradicionais na economia regional. Ele apresenta gráficos cruzando o
aumento do plantio de soja no estado com o aumento no número de bebês nascidos
com malformações.
A relação é ainda mais fortalecida quando é apresentado um mapa
mostrando que o número de mortes de bebês causadas por deformações, anomalias
cromossômicas e outros defeitos no nascimento é significativamente maior nas
áreas de produção de soja e na cidade La Leonesa, que estão sujeitas a altos
níveis de pulverização de glifosato e outros agrotóxicos.
Os dados apresentados pela Dra. Otaño também mostram que a incidência
de câncer infantil é significativamente maior em cidades expostas aos
agrotóxicos (como La Leonesa), quando comparada a cidades moderadamente
expostas (como Las Palmas) e a cidades não expostas aos pesticidas (como Puerto
Bermejo). A incidência de câncer infantil em La Leonesa é mais de três vezes
superior que a de Puerto Bermejo.
Os médicos chamam a atenção para o fato de que o aumento do câncer e
malformações congênitas nas áreas mencionadas acompanhou o aumento exponencial
do uso de agrotóxicos desde a introdução das lavouras transgênicas.
Segundo o relatório, em 1990 foram usados 35 milhões de litros de
agrotóxicos. Em 1996, a introdução das sementes transgênicas acelerou o uso de
venenos, levando a um consumo de 98 milhões de litros. Em 2000 foram aplicados
145 milhões de litros. Em 2010 esse número já era de 292 milhões de litros, e
espera-se para 2011 um consumo de mais de 300 milhões de litros de herbicidas,
inseticidas, acaricidas, desfoliantes e outras substâncias tóxicas. O glifosato
sozinho deverá representar 200 milhões de litros nesse conjunto.
O relatório também menciona que o aumento do uso de glifosato
verificado a cada ano deve estar relacionado ao desenvolvimento de resistência
ao veneno pelas plantas invasoras. Os números indicam que em 1996 eram
aplicados menos de 2 litros de glifosato por hectare, enquanto hoje algumas
áreas recebem 10 litros por hectare. Em alguns casos chegam a ser aplicados
quase 20 litros por hectare. E esses agrotóxicos são aplicados extensivamente,
sobre grandes áreas.
Segundo geógrafos da Universidade Nacional de Córdoba, pelo menos 12
milhões de pessoas vivem em cidades rodeadas por lavouras pulverizadas por
venenos. Para os médicos, são 12 milhões de argentinos que estão sendo
diretamente fumigados.
Entre as propostas apresentadas pelos médicos participantes do Encontro
ao final do documento estão a proibição da pulverização aérea de agrotóxicos,
cuja deriva espalha incontroladamente substâncias tóxicas pelo ar, e que as
universidades públicas passem a desenvolver e promover opções agroecológicas de
produção.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
UNIR: fazendo o trabalho
Após ver a charge acima José Januário de Oliveira Amaral (reitor da UNIR) chamou uma coletiva de imprensa e declara para as câmeras e microfones que os professores são vagabundos e os alunos são bandidos.
Dois alunos foram à gráfica, buscar panfletos que contêm a charge O trabalho está sendo feito. O reitor ficou sabendo, e "ofendido" e pede providências à Polícia Federal. A PF levou os dois estudantes presos.
Não podemos aceitar isso, isso sim é inconstituicional, cadê nosso direito de expressão? Continuamos na ditadura militar?
Todo nosso apoio aos estudantes e professores da UNIR que buscam a melhoria das condições da universidade!
Dois alunos foram à gráfica, buscar panfletos que contêm a charge O trabalho está sendo feito. O reitor ficou sabendo, e "ofendido" e pede providências à Polícia Federal. A PF levou os dois estudantes presos.
Não podemos aceitar isso, isso sim é inconstituicional, cadê nosso direito de expressão? Continuamos na ditadura militar?
Todo nosso apoio aos estudantes e professores da UNIR que buscam a melhoria das condições da universidade!
O que a mídia não diz: Greve da UNIR (Universidade Federal de Rondônia)
No entanto, a mídia nacional nada tem falado sobre a greve
da UNIR que se estende desde o dia 14 de setembro de 2011, quando os
professores e alunos, em assembleias de suas respectivas categorias,
deliberaram pela greve exigindo condições de trabalho dignas e transparência
quanto ao uso dos recursos vindos do MEC. Segundo os próprios estudantes da
universidade basta apenas uma visita a qualquer campus da UNIR para comprovar
que a Administração Superior abandonou os campi.
A greve teve o apoio também de vários professores e em
momento algum houve depredação do patrimônio público por parte dos alunos. No
dia 21 de outubro, o professor de História, Valdir Aparecido de Souza, foi
preso injustamente pela Polícia Federal. Passou a noite no presídio e no dia
seguinte foi posto em liberdade provisória. A negociação pela verdade foi
absurda. Também foi preso alguns estudantes que panfletavam divulgando as
reivindicações.
No dia 28 de outubro
de 2011, foi realizado o laudo de vistoria técnica dos bombeiros. A vistoria foi feita por amostragem e avaliou
as condições das instalações elétricas, físicas e proteção contra incêndio e
pânico. No dia 03 de novembro, aconteceu uma coletiva de imprensa no Comando
Geral do Corpo de Bombeiros. Afirmaram que antes de interditar o campus,
pretendem negociar com a Reitoria. Assinarão um TAC com a Reitoria e
estipularão prazos para que as melhorias necessárias sejam feitas em caráter de
urgência.
O fato é que até hoje, a UNIR continua em greve isso mostra
a incompetência ou falta de vontade mesmo do estado em resolver os nossos
problemas educacionais, a mídia como instrumento do capitalismo, colocam todas
essas reivindicações como atos de vândalos e baderneiros, não mostram o quanto
os estudantes da USP sofriam com a falta de liberdade, nem muito menos os da
UNIR são prejudicados com uma universidade em péssimo estado.
A Luta deles e todos nós que repelimos todas as injustiças,
é por um Brasil e um mundo que ainda não existe. Onde o social verdadeiramente
esteja acima do capital, e que todos possam ter acesso a saúde e educação de qualidade.
A mídia não diz isso porque eles estão a serviço do capital e são comandadas
por grandes capitalistas, porém nós temos que analisar sempre os dois lados,
analisar os fatos em sua totalidade, em 360º (graus).
Marcadores:
Anti-Capitalismo,
Movimentos Sociais,
Sindicalismo
Assinar:
Postagens (Atom)