terça-feira, 31 de maio de 2011

A resposta do Governo às mortes na Amazônia: a continuação da impunidade



Ontem, (30 de maio), ocorreu uma reunião em Brasília que visava discutir o assassinato de quatro camponeses em menos de uma semana na região da Amazônia: três no estado do Pará e um em Rondônia. A reunião foi coordenada por Michel Temer, presidente em exercício, e contou com a participação de Gilberto Carvalho (ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência), José Elito Carvalho (ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Márcio Meira (Presidente da Funai) e representantes da Polícia Federal e da Secretaria de Direitos Humanos.

Entre as medidas anunciadas para conter os conflitos agrários na Região Norte do país, está a análise de uma lista com 125 nomes feita pela Comissão Pastoral da Terra de ambientalistas e trabalhadores rurais ameaçados de morte, de acordo com o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto. Outra medida anunciada foi a liberação até dezembro de R$ 1 milhão para as superintendências do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Pará e no Amazonas. Segundo o Governo essa verba tem por objetivo aumentar a fiscalização em áreas de assentamento. O Governo Federal anunciou também a criação de um grupo interministerial que visa discutir quais ações serão adotadas para conter a violência no campo.

No entanto, essas medidas anunciadas não resolverão os problemas das ameaças de mortes na região, afirmo isso por que essas não combatem a raiz do problema, ou seja, a ocupação das terras por parte dos latifundiários, que desmatam em grandes quantidades para obtenção de lucros.

Destaca-se que essas medidas continuam defendendo os grileiros da região e será usada para reprimir mais fortemente os sem-terras, prova disso é a fiscalização dos assentamentos e que nem segundo o próprio Governo afirmou que nem todos os ambientalistas serão protegidos. O fato é que a morte dos ambientalistas trouxe de volta à discussão dos conflitos de terras na região norte e isso teve repercussão nacional, sendo assim, o Governo não pode ficar passivo diante dos fatos, então procuraram formas de responderem como se estivessem preocupados com os ambientalistas.

A verdade é que se o Governo tivesse preocupado com o desmatamento e a grilagem de terras na Amazônia, o Novo Código Florestal jamais teria sido aprovado, já que a grande maioria dos deputados são aliados do Governo, portanto o que eles buscam na verdade é continuar com o “Governo das Ilusões” a qual utiliza-se de certas medidas e políticas que visam apenas para o fetiche, neste caso, eles se mostram como defensores dos “ambientalistas”, mas na realidade querem apenas impedir a ocupação de terras promovidas pelo MST, enquanto os reais invasores (grileiros), continuam impunes seja pela falsificação das terras, seja pela causa de morte de índios, ambientalistas, trabalhadores rurais, sem-terras e religiosos na região.

É preciso realizar uma grande manifestação e lutar contra a investida dos latifundiários que é parte da ofensiva ditatorial promovida pela classe burguesa e pelo Estado, só assim os defensores da Amazônia continuarão seguros, pois enquanto houver injustiça sempre haverá quem lute contra elas, e enquanto existem aqueles que lutam contra as injustiças existem aqueles que continuam defendendo os verdadeiros culpados, o resultado são as tensões no campo.

Mudanças no uniforme do exército brasileiro

Novo Código permite desmatar mata nativa em área equivalente ao Paraná

Por Andrea Vialli e Afra Balazina
De O Estado de S. Paulo




As mudanças nas regras de preservação de mata nativa nas propriedades rurais, que constam do novo Código Florestal aprovado pela Câmara, ampliam em 22 milhões de hectares a possibilidade de desmatamento no País - o equivalente ao Estado do Paraná. O número representa as áreas de reserva legal que poderão ser desmatadas legalmente caso o texto seja aprovado no Senado e sancionado pela presidente Dilma Rousseff.

Os cálculos foram feitos a pedido do Estado pelo professor Gerd Sparovek, do Departamento de Solos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), com base no texto do relator Aldo Rebelo (PC do B-SP) e na emenda 164, aprovados na Câmara na terça-feira. A conta leva em consideração a dispensa de recuperação da reserva legal, que é a área, dentro das propriedades rurais, que deve ser mantida com vegetação nativa e varia de 20% a 80% das terras.

O texto aprovado na Câmara agradou à bancada ruralista, mas desagradou às entidades científicas, aos ambientalistas e ao governo - a presidente disse que poderá vetar parte da proposta, que, entre outros pontos, anistia produtores rurais que desmataram até 2008 e diminui as áreas de vegetação nativa em encostas e margens de rios. Também retira a proteção de áreas sensíveis, como restingas e mangues.

"O texto consolida a área agrícola do Brasil exatamente como ela está atualmente", diz Sparovek. Ele explica que isso atende às reivindicações dos produtores rurais, mas torna difícil a conciliação entre produção agrícola e ambiente. "O novo Código permite que nenhum hectare daquilo que já foi desmatado precise ser restaurado", analisa.

Além da reserva legal, o novo Código aprovado na Câmara também retira proteção das Áreas de Preservação Permanente, as APPs, que são as margens de rios, encostas, topos e morros e vegetação litorânea, como mangues e restingas. Segundo o texto de Rebelo, as APPs ocupadas com agricultura ou pecuária não precisam mais ser recuperadas com vegetação nativa.

A falta de proteção, especialmente nas encostas, preocupa o governo. O Ministério do Meio Ambiente elaborou, em fevereiro, um documento que mostra a relação entre a ocupação irregular de topos de morro e margens de rios na região serrana do Rio e a tragédia ocorrida em janeiro com as chuvas e deslizamentos de terra na área. Cerca de 900 pessoas morreram.

O relatório foi distribuído aos deputados federais na terça-feira, antes da votação da reforma do Código Florestal. "O que preocupa é o bem-estar da população. Essa questão do direito adquirido de ocupar uma área com produção agrícola ou moradia é muito complicada. Pergunte a uma pedra que cai da montanha ou ao rio que sobe se eles observam o direito adquirido", afirma Wigold Schäffer, consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) a serviço do ministério.

Mangues

Tasso Azevedo, ex-diretor do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e consultor do Ministério do Meio Ambiente, aponta prejuízos aos mangues como consequência do projeto que passou na Câmara. Hoje eles não podem ser ocupados, mas não terão qualquer tipo de proteção se o Código aprovado for implementado.

A senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), afirma que o texto aprovado na Câmara faz justiça ao produtor rural, que desmatou em uma época em que isso era permitido.

Segundo ela, existem em torno de 20 milhões de hectares de plantações localizadas em áreas de preservação, especialmente em margens de rios. "Não existe anistia a desmatador. O texto assegura que quem tem plantação em morros e várzea não vai ter de arrancar tudo de lá. É fazer justiça ao

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dois lados da mesma moeda: ofensiva dos latifundiários contra os sem-terra

Ao mesmo tempo em que o Código Florestal é aprovado, os latifundiários aumentam a repressão contra os sem-terra

da página do PCO


No dia 24 de maio, terça feira, os latifundiários aprovaram o texto base do Código Florestal no Congresso Nacional. No mesmo dia, um casal de camponeses do Pará foi assassinado a mando dos latifundiários da região. Maria do Espírito Santo da Silva e José Cláudio Ribeiro da Silva, líderes do Projeto de Assentamento Agroextrativista (Paex), estavam há anos denunciando os crimes ambientais e lutando por reforma agrária na região sudoeste do estado do Pará, em particular na cidade de nova Ipixuna.

Três dias depois, no dia 27, um dos sobreviventes do massacre de Corumbiara, Adelino Ramos, líder MCC, Movimento Camponês de Corumbiara, foi assassinado a tiros em Vista Alegre do Abuna, distrito de Porto Velho.

No dia 29 de maio, mais um camponês de Nova Ipixuna foi morto. Ele era uma das testemunhas do assassinato do casal Maria do Espírito Santo da Silva e José Cláudio Ribeiro da Silva e também participava do Paex (Projeto de Assentamento Agroextrativista).

O fato destes acontecimentos ocorrerem em um espaço de tempo menor do que cinco dias não é mera coincidência.

A aprovação do Código Florestal marcou uma ofensiva dos latifundiários para fazer com que seus interesses prevalecessem. A mobilização para a aprovação do texto base movimentou diversos partidos burgueses e órgãos da imprensa capitalista. O próprio “caso Palocci” foi usado como arma para fazer o governo recuar de algumas divergências com o novo Código.

A ofensiva no campo é o outro lado desta política. Ao mesmo tempo em que eliminava a oposição ao novo Código Florestal no Congresso, os latifundiários também eliminavam a oposição de sua política entre os camponeses.

Neste sentido, a capitulação do PT diante das reivindicações dos latifundiários e a direita que atuou como representante direto deste setor revelaram que possuem uma política criminosa para o campo.

O fortalecimento dos latifúndiarios leva inevitavelmente ao aumento da repressão contra os sem-terra.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Charges consumismo



O sistema atual vigente e a criação da sociedade do consumo


A meia noite de hoje (dia 27) começou a venda do iPad 2 no Brasil, cerca de 300 pessoas foram ao evento de lançamento do tablet com muita expectativa de conseguir comprá-lo, um estudante de 19 anos chegou 9 horas do lançamento, só para ser o primeiro a comprar o produto.

Essa é uma demonstração do fetichismo criado pela sociedade capitalista que ilude as pessoas ao consumo desenfreado, limitando a nossa visão na identificação de o que desejamos e o que de fato necessitamos.

O atual modelo de consumo decorre da evolução histórica do sistema de produção capitalista que, como afirmava Marx, se fundamenta na produção generalizada de mercadorias. A sociedade de consumo contemporânea nasce com o advento da produção de massas fordista e com a implementação das políticas keynesianas, depois da 2ª Guerra Mundial, que permitiram um aumento do nível de vida da classe trabalhadora e dos setores populares, assim como seu conseqüente acesso ao consumo de massa.

O capitalismo provoca a criação artificial de necessidades de consumo, com o objetivo de manter um nível de produção firme. Cria-se a ilusão de que necessitamos mais para viver melhor, aparecem novos produtos que se tornam “indispensáveis” e que promovem uma cultura do gasto permanente.

Quantas vezes você já ouviu de seus avós que os produtos antigamente eram mais duráveis? O fato é cada vez mais a vida útil dos produtos torna-se mais curta, e ao mesmo tempo aparecem outros com novas características. Um computador há 5 anos atrás tinham características muito menos avançadas que os de hoje, e pressuponho que logo eles serão substituídos pelos tablets, como esses que chegaram ao Brasil hoje.
.
O modelo de consumo vigente transformam as mercadorias em algo indispensável, e dessa maneira os produtos tomam vida para além de seu valor estritamente material. Ao mesmo tempo o capitalismo se fundamenta na mercantilização de todos os âmbitos da vida, utilizam a violência, o lazer, a saúde a educação como meios de consumo, e estes passam a ser geridos por critérios de mercado, transformando os munícipes em clientes. As pessoas passam a serem identificadas como consumidoras e clientes submissos que aceitam as regras do mercado e que se sentem realizadas a partir do consumo. Trata-se de anular de utilizar o consumo como um caminho tanto para a alienação, quanto para a circulação de capital a qual o sistema atual necessita.

O principal instrumento utilizado para a propagação e efetivação deste modelo de consumo é a publicidade, que excita constantemente nossos desejos com o objetivo de propiciar o incentivo à compra. A publicidade, muitas vezes através da mídia é que nos diz o que temos que comer, comprar, vestir… E assim, transformam as pessoas em modelos de consumo, e nós passamos a nos identificar e acabamos consumindo para “ser aquilo que compramos”, vendendo-nos um estilo de vida, pois nós somos essa “coca-cola” toda. E a vida é bonita, mas pode ser linda. E além de tudo viver sem fronteiras.

Ou seja, o capitalismo através propaganda não nos incentiva apenas comprar um produto, ela determina o que devemos usar, como devemos viver, enfim o que devemos ser.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O PAC e sua atuação no campo

Quando o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse em seu primeiro mandato (2002) e no segundo (2006) gerou-se grande expectativa por parte das classes populares. Estes acreditavam que o mesmo iria enfim olhar para os pobres e realizar a tão esperada Reforma Agrária. Seus
oito anos se passaram e hoje, pós governo Lula percebe-se sua grande popularidade e seu “prestígio internacional”, mas o problema da terra continua sem solução.

Essa popularidade do governo petista pode ser explicada através da atuação do Estado que soube criar um “Governo de ilusões”, onde ao mesmo tempo em que “ajuda” as classes populares através de políticas assistencialistas como o Bolsa Família, também deixa claro que precisa dos grandes empresários urbanos e/ou rurais. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) lançado em 28 de janeiro de 2007 é um programa do governo federal brasileiro que engloba um conjunto de políticas econômicas, planejadas para os quatro anos seguintes. O Programa é uma prova do quanto o governo atual não está interessado em romper com a classe dominante.

O PAC tem por objetivo o crescimento econômico do país, gerando um aumento de 5% a.a no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro com um investimento de 500 bilhões de reais. Para implementá-lo o Governo se uniu com empresas privadas que são as principais responsáveis para a realização dos investimentos do programa

O PAC tem por característica o incentivo à industrialização e à urbanização, mas isso não significa que apenas as cidades são atingidas, mas também o campo, pois a instalação das hidroelétricas, o aumento dos projetos de irrigação e a transposição do Rio São Francisco acabam afetando a vida de muitos camponeses que muitas vezes são expropriados de suas terras restando aos mesmos ou viverem em condições precárias nas cidades ou trabalharem para os grandes latifundiários.

O Programa confirma que o Estado busca sempre o crescimento econômico do país mesmo que este não venha acompanhado de melhorias para a população. Destaca-se que o Brasil é um dos dez países mais ricos do mundo, mas encontra-se apenas em 73º no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Nota-se que apesar da riqueza do país, a maioria da população ainda se encontra em condições precárias, pois essa riqueza está concentrada nas mãos de uma parcíssima parte da população. Assim, o aumento da industrialização e da produção de alimentos não favorece a camada popular brasileira apenas reafirma a configuração concentradora do país.

Diferentemente do Governo FHC (Fernando Henrique Cardoso), o Governo que o sucedeu diminuiu as privatizações, no entanto, criou o PAC permanecendo o incentivo às empresas privadas. O fato é que se presencia a ampliação do agronegócio, instalação das hidroelétricas e a transposição do rio São Francisco, destaca-se que o Governo defende essas obras e este modelo agrícola fundamentado no discurso de geração de emprego e crescimento econômico do país, no entanto iguinoram os prejuízos ambientais e/ou humanos que uma hidroelétrica ou uma mudança no curso de um rio já tão maltratado pode trazer.

Muitos camponeses que veem em programas como o PAC uma “barreira” para a construção de uma sociedade mais igualitária, se unem nos movimentos sociais para reivindicarem contra as políticas que nada tem os beneficiados O camponês busca através da luta, sua recriação frente ao sistema atual vigente. Hoje no campo existe dois modos de se usar a terra: Um é utilizada pelos grandes latifundiários para extrair lucro e renda e outro pelos camponeses que extraem da terra o necessário para sua sustentação.

Essa disputa revela o quanto o discurso “desenvolvimentista” mediado pelo Estado, não se traduz de fato em ações concretas, o que vemos são ajudas simplórias para a camada popular e essa, muitas vezes fica alienada acreditando que o Governo está de fato lhe ajudando, no entanto todas essas políticas compensatórias são formas de alienar a população e frear as reivindicações. Pois notamos que os maiores investimentos continuam sendo aplicados para o que o Estado chama de “crescimento econômico”, e o PAC é um exemplo disso.

Medidas do governo representam poucos passos na longa estrada dos camponeses

Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST



O histórico da mobilização da luta camponesa no Brasil parece, aos poucos, ter efeito na maneira como as políticas públicas dialogam com a agricultura familiar.
Após a Jornada Nacional de Luta Camponesa, do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), mobilizar diversos estados e quase 15 mil camponeses em todo o país, paralelamente a uma rodadas de negociações com governos estaduais e com o governo federal - realizadas ao longo da última semana - a presidenta Dilma Rousseff apresentou a política de seu governo para o setor.

O governo federal prometeu destinar R$ 16 bilhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), mantendo em um ano de cortes o mesmo valor do período anterior, e a redução dos juros de 4% para até 2%, atendendo parte das reivindicações feita pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) durante o Grito da Terra 2011.
Além disso, Dilma garantiu a destinação de R$ 530 milhões para a compra de terras para a Reforma Agrária, a reavaliação do Sistema Único de Atuação à Sanidade Agropecuária, a formação de uma superintendência para a habitação rural e a avaliação das dívidas familiares.

Para Raul Krauser, da Coordenação Nacional do MPA, o mais importante de tais medidas é o “aspecto de avanço na legitimidade social”. “Se há duas décadas o movimento camponês era visto como um problema social, agora há um reconhecimento do campo, da agricultura como algo estratégico para a produção de alimentos, e a necessidade do desenvolvimento da pequena agricultura”, comenta.

Todavia, mesmo com certo avanço nas políticas públicas para a pequena agricultura, Raul aponta um problema no encaminhamento dessas políticas, por conta das diferentes concepções de campo, de agricultura e da maneira como se enxerga o próprio camponês.

“A lógica econômica do camponês é diferente da lógica capitalista. Os princípios e regras não são os mesmos”, critica Raul. Segundo ele, os mecanismos de crédito e toda a burocracia envolvida nesses processos são frutos de modelos “empreendedoristas”.

O exemplo é o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). De acordo com Raul, isso acaba “desconstruindo a cultura e os valores da comunidade camponesa” com a finalidade de que virem empresários.

No ano passado o acesso ao crédito pelo Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar) totalizou R$ 11 bilhões. Os R$ 5 bilhões restantes, que estavam disponíveis, não foram utilizados por causa da estrutura bancária, que acaba dificultando o acesso do pequeno agricultor ao crédito, por estar fora da sua realidade.

Raul acredita que há dois modos de produção, que estão em disputa. De um lado, o modelo do agronegócio, com a produção de commodities visando a exportação; do outro, a agricultura familiar, que tem em sua essência a produção de alimentos básicos para a população. “São dois modos de produção de vida, de se fazer agricultura. Existe um Brasil rural, e para onde vai caminhar esse Brasil rural é que está a disputa política”, observa.
Endividamento

Outra pauta colocada na mesa pela jornada foi a questão do endividamento dos pequenos agricultores. Há um estudo de caso no Rio Grande do Sul que aponta que nos últimos cinco anos mais de 80% dos municípios decretaram estado de calamidade, afetando diretamente na produção dos alimentos da agricultura familiar. Essa é um dos aspectos que justificam o endividamento.

“Os alimentos aumentaram menos do que a inflação nos últimos tempos, ainda mais se comparado com outros produtos, como os combustíveis. Ou seja, o endividamento ocorre não por incompetência das famílias, mas por questões climáticas e econômicas”, ressalva.
No entanto, os agricultores enfrentam dificuldades para dialogar com o governo sobre essa temática, porque a inadimplência não chegou a 4%. Portanto, não haveria dívidas nesse setor, de acordo com os dados oficiais.

O dirigente do MPA aponta que essas parcelas ainda estão para vencer. Por isso, o governo ainda não conseguiu identificar o problema. “Há instrumentos governamentais para identificar essa situação, por isso acreditamos que essa questão não será um problema tão grande”, avalia.
Legislação

O jornada também abriu uma discussão sobre a reavaliação do Sistema Único de Atenção à Sanidade Anima (Suasa), um sistema nacional de inspeção sanitária que unifica as regras de vigilância no país.

O governo federal já editou dois decretos unificando as regras de vigilância sanitária - 2006 e 2010. Entretanto, poucos foram os estados e municípios que aderiram ao Suasa. Isso dificulta a comercialização dos produtos da agricultura familiar, já que cada município mantém uma regra específica de cuidados sanitários a serem observados na produção.

Raul aponta que essa legislação é pensada para os produtores de grande porte, ignorando as especificidades da pequena agricultura. “Essa legislação é barreira de mercado, e não sanitária. Impede o sistema de funcionar”, critica.
Para ele, no caso da agricultura familiar, a legislação “tem que ser mais branda entre os municípios, com o mínimo para que os produtos possam circular com mais facilidade entre eles”.

Esse início de governo Dilma, de acordo com Raul, apresenta uma boa abertura para a pequena agricultura, uma vez que parece ter ganhado mais legitimidade. Ao mesmo tempo, o governo demonstra limites na disputa política entre os modelos de agricultura existentes.
Segundo o coordenador do MPA, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está dominada pelo agronegócio, a Embrapa está nas mãos do PMDB e, consequentemente, também sob a régia do agronegócio. Por outro lado, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) tem uma margem de atuação bastante limitada.

“A pauta da Reforma Agrária está fora da discussão política no governo. Temos uma correlação de forças muito desfavorável. Por outro lado, há espaços internos que podem permitir que trabalhemos sobre esses assuntos, mantendo sempre uma relação de autonomia. Temos que fazer a luta no enfrentamento com o agronegócio”, projeta.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Retirando o verde da bandeira

Aprovação do novo código florestal: a demonstração da "qualidade" de nossos representantes


Logo após sabermos do assassinato de José Claudio Silva, líder seringueiro e de sua esposa, temos mais uma péssima notícia, na madrugada de hoje dia 25, os deputados de nosso país demonstraram o quanto estão “preocupados” com o desenvolvimento sustentável de nosso país. Por 410 votos a favor e 63 contra o novo código florestal foi aprovado, consentindo automaticamente a devastação de nossas florestas promovida pelo agronegócio.

Toda a análise sobre o novo código florestal já falei em outra postagem, por isso focarei apenas na “qualidade” de nossos representantes. Esses sujeitos que aprovaram o novo código florestal são eleitos pelo povo e para o povo, mas a decisão deles mostra que a preocupação deles jamais são os brasileiros, mas sim o lucro, o consumo.

Tanto se fala em aquecimento global, sustentabilidade, colocam o homem como principal causador dos problemas ambientais, falam que devemos tomar cuidado em nossas casas para não desperdiçar água, incentivam o plantio de árvores, mas na verdade os principais poluidores são as indústrias e o grande desmatamento provocado pelos latifundiários. Mas esses não são obrigados a diminuir suas emissões de dióxido de carbono, já um camponês no semiárido quando derruba um mandacaru para alimentar seus animais são obrigados a pagar uma fiança.

Que representantes políticos são esses que defendem apenas o capitalismo? Defendem que o novo código florestal é necessário para garantir o desenvolvimento sustentável, porém em nosso país não falta alimento, do contrário, não seríamos um dos maiores exportadores de frutas do mundo. O que falta são meios que viabilizem o acesso a esses alimentos para a população. Falta esse acesso por que aqueles que elegemos não se preocupam com aqueles que estão morrendo de fome ou de sede, mas apenas com seus próprios interesses.

Ainda temos esperança que esse código seja vetado ou pelo senado, ou pela Presidenta Dilma Roussef. Ela por sinal garantiu em campanha que vetaria qualquer lei que pudesse causar riscos ainda maiores em nossas florestas, e garantiu que continuaria com o compromisso do governo Lula de reduzir o desmatamento da Amazônia em 80%.

O fato é que o destino de nossas florestas estão sob a responsabilidade de nossos representantes políticos, nesse sentido devemos ser mais conscientes naquele a qual votamos pois não podemos deixar que continuem a defender um modelo explorador, e permaneçam devastando nossas florestas, afinal foi para isso que os elegemos? Para continuar com a exploração natural em troca de um falso desenvolvimento? Eles podem ter a decisão, mas o que eles decidem deveria ser para o benefício do povo e não para a defesa de seus próprios interesses. O Estado enquanto defensor desse sistema jamais mudará isso, algo precisa ser mudado e essa mudança depende da força do povo, não podemos continuar permitindo que um bando de incompetentes continuem decidindo o futuro de nosso país e consequentemente o nosso, não podemos continuar sendo dominados por esse sistema.

Veja quem votou a favor da devastação do meio ambiente

Veja como votou cada deputado e a orientação de cada um dos partidos na votação da reforma do Código Florestal.

54a. LEGISLATURA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA Nº 123 – 24/05/2011
Abertura da sessão: 24/05/2011 20:01
Encerramento da sessão:
Proposição: PL Nº 1876/1999 – EMENDA SUBSTITUTIVA GLOBAL DE PLENÁRIO Nº 186 – Nominal Eletrônica
Início da votação: 24/05/2011 20:52
Encerramento da votação: 24/05/2011 21:09
Presidiram a Votação:
Marco Maia
Resultado da votação
Sim: 410
Não: 63
Abstenção: 1
Total da Votação: 474
Art. 17: 1
Total Quorum: 475
Obstrução: 1

Presidente da Casa: Marco Maia – PT /RS
Presidiram a Sessão:
Marco Maia – 20:01
Orientação
PT: Sim
PMDB: Sim
Psb,Ptb,Pcdob: Sim
Pr,Prb,Ptdob,Prtb,Prp,Phs,Ptc,Psl: Sim
PSDB: Sim
DEM: Sim
PP: Sim
PDT: Sim
Pv,Pps: Não
PSC: Sim
Repr.PMN: Sim
PSOL: Não
Minoria: Sim
GOVERNO: Sim

DEM
Abelardo Lupion PR Sim
Alexandre Leite SP Sim
Antonio Carlos Magalhães Neto BA Sim
Arolde de Oliveira RJ Sim
Augusto Coutinho PE Sim
Claudio Cajado BA Sim
Davi Alcolumbre AP Sim
Eduardo Sciarra PR Sim
Efraim Filho PB Sim
Eleuses Paiva SP Sim
Eli Correa Filho SP Sim
Fábio Souto BA Sim
Felipe Maia RN Sim
Fernando Torres BA Sim
Guilherme Campos SP Sim
Heuler Cruvinel GO Sim
Hugo Napoleão PI Sim
Irajá Abreu TO Sim
Jairo Ataide MG Sim
Jorge Tadeu Mudalen SP Sim
José Nunes BA Sim
Júlio Campos MT Sim
Júlio Cesar PI Sim
Junji Abe SP Sim
Lira Maia PA Sim
Luiz Carlos Setim PR Sim
Mandetta MS Sim
Marcos Montes MG Sim
Mendonça Prado SE Sim
Onofre Santo Agostini SC Sim
Pauderney Avelino AM Sim
Paulo Cesar Quartiero RR Sim
Paulo Magalhães BA Sim
Professora Dorinha Seabra Rezende TO Sim
Rodrigo Maia RJ Sim
Ronaldo Caiado GO Sim
Vitor Penido MG Sim
Walter Ihoshi SP Sim
Total DEM: 38
PCdoB
Aldo Rebelo SP Sim
Alice Portugal BA Sim
Assis Melo RS Sim
Chico Lopes CE Sim
Daniel Almeida BA Sim
Delegado Protógenes SP Sim
Edson Pimenta BA Sim
Evandro Milhomen AP Sim
Jandira Feghali RJ Sim
Jô Moraes MG Sim
Luciana Santos PE Sim
Manuela D`Ávila RS Sim
Osmar Júnior PI Sim
Perpétua Almeida AC Sim
Total PCdoB: 14
PDT
Ademir Camilo MG Sim
André Figueiredo CE Sim
Ângelo Agnolin TO Sim
Brizola Neto RJ Não
Damião Feliciano PB Sim
Dr. Jorge Silva ES Sim
Enio Bacci RS Sim
Felix Mendonça Júnior BA Sim
Flávia Morais GO Sim
Giovani Cherini RS Sim
Giovanni Queiroz PA Sim
João Dado SP Sim
José Carlos Araújo BA Sim
Manato ES Sim
Marcelo Matos RJ Sim
Marcos Medrado BA Sim
Miro Teixeira RJ Não
Oziel Oliveira BA Sim
Paulo Pereira da Silva SP Sim
Paulo Rubem Santiago PE Não
Reguffe DF Não
Salvador Zimbaldi SP Sim
Sebastião Bala Rocha AP Obstrução
Sueli Vidigal ES Sim
Vieira da Cunha RS Não
Wolney Queiroz PE Sim
Zé Silva MG Sim
Total PDT: 27
PHS
Felipe Bornier RJ Sim
José Humberto MG Sim
Total PHS: 2
PMDB
Adrian RJ Sim
Alberto Filho MA Sim
Alceu Moreira RS Sim
Alexandre Santos RJ Sim
Almeida Lima SE Sim
André Zacharow PR Sim
Aníbal Gomes CE Sim
Antônio Andrade MG Sim
Arthur Oliveira Maia BA Sim
Átila Lins AM Sim
Benjamin Maranhão PB Sim
Camilo Cola ES Sim
Carlos Bezerra MT Sim
Celso Maldaner SC Sim
Danilo Forte CE Sim
Darcísio Perondi RS Sim
Edinho Araújo SP Sim
Edinho Bez SC Sim
Edio Lopes RR Sim
Edson Ezequiel RJ Sim
Eduardo Cunha RJ Sim
Elcione Barbalho PA Sim
Fabio Trad MS Sim
Fátima Pelaes AP Sim
Fernando Jordão RJ Sim
Flaviano Melo AC Sim
Francisco Escórcio MA Sim
Gastão Vieira MA Sim
Gean Loureiro SC Sim
Genecias Noronha CE Sim
Geraldo Resende MS Sim
Henrique Eduardo Alves RN Sim
Hermes Parcianello PR Sim
Hugo Motta PB Sim
Íris de Araújo GO Sim
João Arruda PR Sim
João Magalhães MG Sim
Joaquim Beltrão AL Sim
José Priante PA Sim
Júnior Coimbra TO Sim
Leandro Vilela GO Sim
Lelo Coimbra ES Sim
Luciano Moreira MA Sim
Lucio Vieira Lima BA Sim
Luiz Otávio PA Sim
Manoel Junior PB Sim
Marcelo Castro PI Sim
Marinha Raupp RO Sim
Marllos Sampaio PI Sim
Mauro Benevides CE Sim
Mauro Mariani SC Sim
Mendes Ribeiro Filho RS Sim
Moacir Micheletto PR Sim
Natan Donadon RO Sim
Nelson Bornier RJ Sim
Newton Cardoso MG Sim
Nilda Gondim PB Sim
Osmar Serraglio PR Sim
Osmar Terra RS Sim
Paulo Piau MG Sim
Pedro Chaves GO Sim
Professor Setimo MA Sim
Raimundão CE Sim
Raul Henry PE Sim
Reinhold Stephanes PR Sim
Renan Filho AL Sim
Rogério Peninha Mendonça SC Sim
Ronaldo Benedet SC Sim
Rose de Freitas ES Sim
Saraiva Felipe MG Sim
Solange Almeida RJ Sim
Valdir Colatto SC Sim
Washington Reis RJ Sim
Wladimir Costa PA Sim
Total PMDB: 74
PMN
Dr. Carlos Alberto RJ Sim
Fábio Faria RN Sim
Jaqueline Roriz DF Sim
Walter Tosta MG Sim
Total PMN: 4
PP
Afonso Hamm RS Sim
Aguinaldo Ribeiro PB Sim
Arthur Lira AL Sim
Beto Mansur SP Sim
Carlos Magno RO Sim
Carlos Souza AM Sim
Cida Borghetti PR Sim
Dilceu Sperafico PR Sim
Dimas Fabiano MG Sim
Eduardo da Fonte PE Sim
Esperidião Amin SC Sim
Gladson Cameli AC Sim
Iracema Portella PI Sim
Jair Bolsonaro RJ Sim
Jeronimo Goergen RS Sim
José Linhares CE Sim
José Otávio Germano RS Sim
Lázaro Botelho TO Sim
Luis Carlos Heinze RS Sim
Luiz Argôlo BA Sim
Luiz Fernando Faria MG Sim
Márcio Reinaldo Moreira MG Sim
Missionário José Olimpio SP Sim
Nelson Meurer PR Sim
Neri Geller MT Sim
Paulo Maluf SP Sim
Raul Lima RR Sim
Rebecca Garcia AM Sim
Renato Molling RS Sim
Roberto Balestra GO Sim
Roberto Britto BA Sim
Roberto Dorner MT Sim
Roberto Teixeira PE Sim
Sandes Júnior GO Sim
Simão Sessim RJ Sim
Toninho Pinheiro MG Sim
Vilson Covatti RS Sim
Waldir Maranhão MA Sim
Zonta SC Sim
Total PP: 39
PPS
Arnaldo Jardim SP Sim
Arnaldo Jordy PA Não
Augusto Carvalho DF Sim
Carmen Zanotto SC Sim
César Halum TO Sim
Dimas Ramalho SP Sim
Geraldo Thadeu MG Sim
Moreira Mendes RO Sim
Roberto Freire SP Não
Rubens Bueno PR Sim
Sandro Alex PR Sim
Stepan Nercessian RJ Sim
Total PPS: 12
PR
Aelton Freitas MG Sim
Anthony Garotinho RJ Sim
Aracely de Paula MG Sim
Bernardo Santana de Vasconcellos MG Sim
Diego Andrade MG Sim
Dr. Adilson Soares RJ Sim
Dr. Paulo César RJ Não
Francisco Floriano RJ Sim
Giacobo PR Sim
Giroto MS Sim
Gorete Pereira CE Sim
Henrique Oliveira AM Sim
Homero Pereira MT Sim
Inocêncio Oliveira PE Sim
Izalci DF Sim
João Carlos Bacelar BA Sim
João Maia RN Sim
José Rocha BA Sim
Laercio Oliveira SE Sim
Liliam Sá RJ Não
Lincoln Portela MG Sim
Lúcio Vale PA Sim
Maurício Quintella Lessa AL Sim
Maurício Trindade BA Sim
Neilton Mulim RJ Sim
Paulo Freire SP Sim
Ronaldo Fonseca DF Sim
Sandro Mabel GO Sim
Tiririca SP Sim
Vicente Arruda CE Sim
Wellington Fagundes MT Sim
Wellington Roberto PB Sim
Zoinho RJ Sim
Total PR: 33
PRB
Acelino Popó BA Sim
Antonio Bulhões SP Sim
George Hilton MG Sim
Heleno Silva SE Sim
Jhonatan de Jesus RR Sim
Jorge Pinheiro GO Sim
Márcio Marinho BA Sim
Otoniel Lima SP Sim
Ricardo Quirino DF Sim
Vilalba PE Sim
Vitor Paulo RJ Sim
Total PRB: 11
PRP
Jânio Natal BA Sim
Total PRP: 1
PRTB
Aureo RJ Sim
Vinicius Gurgel AP Sim
Total PRTB: 2
PSB
Abelardo Camarinha SP Sim
Ana Arraes PE Sim
Antonio Balhmann CE Sim
Ariosto Holanda CE Sim
Audifax ES Não
Domingos Neto CE Sim
Dr. Ubiali SP Sim
Edson Silva CE Sim
Fernando Coelho Filho PE Sim
Gabriel Chalita SP Sim
Givaldo Carimbão AL Sim
Glauber Braga RJ Não
Gonzaga Patriota PE Sim
Jefferson Campos SP Sim
Jonas Donizette SP Sim
José Stédile RS Sim
Júlio Delgado MG Sim
Keiko Ota SP Sim
Laurez Moreira TO Sim
Leopoldo Meyer PR Sim
Luiz Noé RS Sim
Luiza Erundina SP Não
Mauro Nazif RO Sim
Pastor Eurico PE Sim
Paulo Foletto ES Sim
Ribamar Alves MA Sim
Romário RJ Sim
Sandra Rosado RN Sim
Valadares Filho SE Sim
Valtenir Pereira MT Sim
Total PSB: 30
PSC
Andre Moura SE Sim
Antônia Lúcia AC Sim
Carlos Eduardo Cadoca PE Sim
Deley RJ Não
Edmar Arruda PR Sim
Erivelton Santana BA Sim
Filipe Pereira RJ Sim
Hugo Leal RJ Sim
Lauriete ES Sim
Marcelo Aguiar SP Sim
Nelson Padovani PR Sim
Pastor Marco Feliciano SP Sim
Ratinho Junior PR Sim
Sérgio Brito BA Sim
Silas Câmara AM Sim
Stefano Aguiar MG Sim
Takayama PR Sim
Zequinha Marinho PA Sim
Total PSC: 18
PSDB
Alfredo Kaefer PR Sim
André Dias PA Sim
Andreia Zito RJ Sim
Antonio Carlos Mendes Thame SP Sim
Antonio Imbassahy BA Sim
Berinho Bantim RR Sim
Bonifácio de Andrada MG Sim
Bruna Furlan SP Sim
Bruno Araújo PE Sim
Carlaile Pedrosa MG Sim
Carlos Alberto Leréia GO Sim
Carlos Brandão MA Sim
Carlos Roberto SP Sim
Carlos Sampaio SP Sim
Cesar Colnago ES Sim
Delegado Waldir GO Sim
Domingos Sávio MG Sim
Duarte Nogueira SP Sim
Dudimar Paxiúba PA Sim
Eduardo Azeredo MG Sim
Eduardo Barbosa MG Sim
Hélio Santos MA Sim
João Campos GO Sim
Jorginho Mello SC Sim
Jutahy Junior BA Sim
Luiz Carlos AP Sim
Luiz Fernando Machado SP Sim
Luiz Nishimori PR Sim
Manoel Salviano CE Sim
Mara Gabrilli SP Sim
Marcio Bittar AC Sim
Marcus Pestana MG Sim
Nelson Marchezan Junior RS Sim
Otavio Leite RJ Sim
Paulo Abi-Ackel MG Sim
Pinto Itamaraty MA Sim
Raimundo Gomes de Matos CE Sim
Reinaldo Azambuja MS Sim
Ricardo Tripoli SP Não
Rodrigo de Castro MG Abstenção
Rogério Marinho RN Sim
Romero Rodrigues PB Sim
Rui Palmeira AL Sim
Ruy Carneiro PB Sim
Valdivino de Oliveira GO Sim
Vanderlei Macris SP Sim
Vaz de Lima SP Sim
Wandenkolk Gonçalves PA Sim
William Dib SP Sim
Total PSDB: 49
PSL
Dr. Francisco Araújo RR Sim
Dr. Grilo MG Sim
Total PSL: 2
Psol
Chico Alencar RJ Não
Ivan Valente SP Não
Total Psol: 2
PT
Alessandro Molon RJ Não
Amauri Teixeira BA Não
André Vargas PR Sim
Angelo Vanhoni PR Sim
Antônio Carlos Biffi MS Não
Arlindo Chinaglia SP Sim
Artur Bruno CE Não
Assis do Couto PR Sim
Benedita da Silva RJ Sim
Beto Faro PA Sim
Bohn Gass RS Sim
Cândido Vaccarezza SP Sim
Carlinhos Almeida SP Sim
Carlos Zarattini SP Sim
Chico D`Angelo RJ Não
Cláudio Puty PA Não
Décio Lima SC Sim
Devanir Ribeiro SP Sim
Domingos Dutra MA Não
Dr. Rosinha PR Não
Edson Santos RJ Sim
Eliane Rolim RJ Sim
Emiliano José BA Sim
Erika Kokay DF Não
Eudes Xavier CE Não
Fátima Bezerra RN Não
Fernando Ferro PE Não
Fernando Marroni RS Não
Francisco Praciano AM Não
Gabriel Guimarães MG Sim
Geraldo Simões BA Sim
Gilmar Machado MG Sim
Henrique Fontana RS Não
Janete Rocha Pietá SP Não
Jesus Rodrigues PI Não
Jilmar Tatto SP Não
João Paulo Lima PE Não
João Paulo Cunha SP Sim
Jorge Boeira SC Sim
José De Filippi SP Sim
José Guimarães CE Sim
José Mentor SP Sim
Joseph Bandeira BA Sim
Josias Gomes BA Sim
Leonardo Monteiro MG Não
Luci Choinacki SC Sim
Luiz Alberto BA Não
Luiz Couto PB Sim
Márcio Macêdo SE Não
Marco Maia RS Art. 17
Marcon RS Não
Marina Santanna GO Não
Miriquinho Batista PA Sim
Nazareno Fonteles PI Não
Nelson Pellegrino BA Sim
Newton Lima SP Não
Odair Cunha MG Sim
Padre João MG Não
Padre Ton RO Não
Paulo Pimenta RS Não
Paulo Teixeira SP Sim
Pedro Eugênio PE Sim
Pedro Uczai SC Não
Policarpo DF Sim
Professora Marcivania AP Não
Reginaldo Lopes MG Sim
Ricardo Berzoini SP Sim
Rogério Carvalho SE Não
Ronaldo Zulke RS Sim
Rui Costa BA Sim
Ságuas Moraes MT Sim
Sérgio Barradas Carneiro BA Sim
Sibá Machado AC Não
Taumaturgo Lima AC Sim
Valmir Assunção BA Não
Vicente Candido SP Sim
Vicentinho SP Sim
Waldenor Pereira BA Não
Weliton Prado MG Sim
Zé Geraldo PA Sim
Zeca Dirceu PR Sim
Total PT: 81
PTB
Alex Canziani PR Sim
Antonio Brito BA Sim
Arnaldo Faria de Sá SP Sim
Arnon Bezerra CE Sim
Celia Rocha AL Sim
Danrlei De Deus Hinterholz RS Sim
Eros Biondini MG Sim
João Lyra AL Sim
Jorge Corte Real PE Sim
José Augusto Maia PE Sim
José Chaves PE Sim
Josué Bengtson PA Sim
Jovair Arantes GO Sim
Nelson Marquezelli SP Sim
Nilton Capixaba RO Sim
Paes Landim PI Sim
Ronaldo Nogueira RS Sim
Sabino Castelo Branco AM Sim
Sérgio Moraes RS Sim
Silvio Costa PE Sim
Walney Rocha RJ Sim
Total PTB: 21
PTC
Edivaldo Holanda Junior MA Sim
Total PTC: 1
PTdoB
Cristiano RJ Sim
Lourival Mendes MA Sim
Luis Tibé MG Sim
Total PTdoB: 3
PV
Alfredo Sirkis RJ Não
Antônio Roberto MG Não
Dr. Aluizio RJ Não
Fábio Ramalho MG Não
Guilherme Mussi SP Não
Lindomar Garçon RO Não
Paulo Wagner RN Não
Ricardo Izar SP Não
Roberto de Lucena SP Não
Roberto Santiago SP Não
Rosane Ferreira PR Não
Sarney Filho MA Não
Total PV: 12

terça-feira, 24 de maio de 2011

Ambientalistas são mortos no Pará: a justiça tardia


Um casal de ambientalistas foram assassinados na manhã desta terça-feira (dia 24) no Pará. Segundo os policias que investigam o caso eles foram mortos em uma tocaia e afirmam que tudo leva a crê que foi um crime encomendado.

O delegado falou que, por enquanto, não há suspeitos, porém a polícia já começou a reunir informações para encontrar aos criminosos. Parentes das vítimas e testemunhas do crime serão convocadas para prestar depoimento.

O crime pode ter chocado a população, mas as vítimas já temiam que eles pudessem ter esse fim. No final do ano passado, durante uma conferência ambiental na Amazõnia, José Claúdio subiu ao palco para contar que estava sendo ameaçado de morte, e já haviam prestado queixa à polícia sobre as ameaças constantes pelo qual sofriam.

Por serem defensores da natureza e estarem envolvidos em movimentos sociais, fez com que eles tivessem muitos inimigos na região,segundo a irmã do ambientalista isso fez com que as ameaças fossem consolidadas. "Nós somos ambientalistas e envolvidos com o movimento social. Muitos fazendeiros e madeireiros tinham interesse em que meu irmão e a mulher não atrapalhassem mais. Eles faziam denúncias de desmatamento, grilagem de terras e sempre foram ameaçados, mas nunca imaginamos que essas ameaças seriam consolidadas”.

O fato é que tudo leva a crer que o mandante do crime era um dos seus inimigos, ou seja ou um grande latifundiário, ou madereiro ou grileiro. Sabemos que eles não foram as primeiras pessoas a serem vítimas de tais tipos de pessoas, já aconteceu com Chico Mendes, Dorothy Stang e tantos outros, no entanto quem chama essas pessoas de baderneiros, desordeiros, criminosos? Pois quando O MST ocupa alguma fazenda, buscando um direito que é seu e que foram historicamente excluídos de tal a mídia logo os colocam como vândalos, criminosos entre outras denominações.

Os ambientalistas mortos já sabiam o risco que corriam, e por isso solicitou a polícia, mas os policiais fizeram algo para impedir o assassinato dos dois? Agora quando é solicitada para retirar sem-terras que ocupam alguma fazenda não demoram para chegarem ao local.

Até quando pessoas que denunciam os erros continuarão pagando com a vida? O Estado não faz nada para expulsar os grileiros da região amazônica, é por que eles não sabem? É talvez eles nunca sabem de nada. esse é o problema. Espero apenas que o sangue desses ambientalistas, nem de tantos outros continuem a serem derramados em vão, algo tem de ser feito para que isso não aconteça mais, e a primeira coisa a se fazer é colocar as coisas em ordem, devemos ver quem realmente é o bandido da história, por que nem sempre conseguimos enxergar os verdadeiros vilões.

Vídeo da placa e aula da saudade

Dez ex-ministros lançam carta contra mudanças do Código

24 de maio de 2011

Do Amazônia.org.br


Dez ex-ministros do Meio Ambiente lançaram uma carta à presidente Dilma Rousseff condenando as mudanças propostas pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para o Código Florestal.

Segundo a carta - assinada por todos os ex-ministros do Meio Ambiente ainda vivos, como José Goldemberg, Rubens Ricupero, Marina Silva e Carlos Minc, entre outros -, nenhuma das propostas apresentadas até agora na Câmara dos Deputados avança na busca e consolidação de um desenvolvimento sustentável no país.

Os ex-ministros defendem o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que pode perder poderes com a mudança do Código Florestal, e pedem para que não seja ignorada a contribuição da comunidade científica brasileira, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe).

"Não podemos, tampouco, ignorar o chamado que a comunidade científica brasileira dirigiu recentemente à Nação, assim como as sucessivas manifestações de empresários, representantes da agricultura familiar, da juventude e de tantos outros segmentos da sociedade. Foram suficientes as expectativas de enfraquecimento do Código Florestal para reavivar tendências preocupantes de retomada do desmatamento na Amazônia, conforme demonstram de forma inequívoca os dados recentemente divulgados pelo Inpe", diz a carta.

Os ex-ministros pedem que a atualização do Código Florestal siga critérios para "facilitar e viabilizar os necessários esforços de restauração e de uso das florestas", e se colocam à disposição para contribuir com o processo.
Carta Aberta à Presidente da República e ao Congresso Nacional

Os signatários desta Carta Aberta, ao exercerem as funções de Ministros de Estado ou de Secretário Especial do Meio Ambiente, tiveram a oportunidade e a responsabilidade de promover, no âmbito do Governo Federal, e em prol das futuras gerações, medidas orientadas para a proteção do patrimônio ambiental do Brasil, e com destaque para suas florestas.

Embora com recursos humanos e financeiros limitados, foram obtidos resultados expressivos graças ao apoio decisivo proporcionado pela sociedade, de todos os presidentes da Republica que se sucederam na condução do país e do Congresso Nacional. Mencione-se como exemplos: a Política Nacional do Meio Ambiente (1981), o artigo 225 da Constituição Federal de 1988, a Lei de Gestão de Recursos Hídricos (97), Lei de Crimes e Infrações contra o Meio Ambiente (98), o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (2000), a Lei de Informações Ambientais (2003), a Lei de Gestão de Florestas Públicas (2006), a Lei da Mata Atlântica (2006), a Lei de Mudanças Climáticas (2009) e a Lei de Gestão de Resíduos Sólidos (2010).

Antes que o mundo despertasse para a importância das florestas, o Brasil foi pioneiro em estabelecer, por lei, a necessidade de sua conservação, mais adiante confirmada no texto da Constituição Federal e sucessivas regulamentações. Essas providências asseguraram a proteção e a prática do uso sustentável do capital natural brasileiro, a partir do Código Florestal de 1965.
Marco fundante e inspiração nesse particular, o Código representa desde então a base institucional mais relevante para a proteção das florestas e demais formas de vegetação nativa brasileiras, da biodiversidade a elas associada, dos recursos hídricos que as protegem e dos serviços ambientais por elas prestados.
O processo de construção do aparato legal transcorreu com transparência e a decisiva participação da sociedade, em todas as suas instâncias. E nesse sentido, é importante destacar que o CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente já se constituia em excepcional fórum de decisão participativa, antecipando tendências que viriam a caracterizar a administração pública, no Brasil, e mais tarde em outros países.

Graças a essa trajetória de responsabilidade ambiental, o Brasil adquiriu legitimidade para se tornar um dos participantes mais destacados nos foros internacionais sobre meio ambiente, além de hoje dispor de um patrimônio essencial para sua inserção competitiva no século XXI.
Para honrar e dar continuidade a essa trajetória de progresso, cabe agora aos líderes políticos desta nação dar o próximo passo. A fim de que o Código Florestal possa cumprir sua função de proteger os recursos naturais, é urgente instituir uma nova geração de políticas públicas. A política agrícola pode se beneficiar dos serviços oferecidos pelas florestas e alcançar patamares de qualidade, produtividade e competitividade ainda mais avançados.

Tal processo, no entanto, deve ser desenvolvido com responsabilidade, transparência e efetiva participação de todos os setores da sociedade, a fim de consolidar as conquistas obtidas. Foram muitos os êxitos e anos de trabalho de que se orgulham os brasileiros, e portanto tais progressos não devem estar expostos aos riscos de eventuais mudança abruptas, sem a necessária avaliação prévia e o conveniente debate. Por outro lado, não consideramos recomendável ou oportuno retirar do CONAMA quaisquer de suas competências regulatórias no momento em que o país é regido pelo principio da democracia participativa, consagrado na nossa Carta Magna.

Não vemos, portanto, na proposta de mudanças do Código Florestal aprovada pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados em junho de 2010, nem nas versões posteriormente circuladas, coerência com nosso processo histórico, marcado por avanços na busca da consolidação do desenvolvimento sustentável. Ao contrário, se aprovada qualquer uma dessas versões, o país agirá na contramão de nossa história e em detrimento de nosso capital natural.

Não podemos, tampouco, ignorar o chamado que a comunidade científica brasileira dirigiu recentemente à Nação, assim como as sucessivas manifestações de empresários, representantes da agricultura familiar, da juventude e de tantos outros segmentos da sociedade. Foram suficientes as expectativas de enfraquecimento do Código Florestal para reavivar tendências preocupantes de retomada do desmatamento na Amazônia, conforme demonstram de forma inequívoca os dados recentemente divulgados pelo INPE.

Entendemos, Senhora Presidente e Senhores congressistas, que a história reservou ao nosso tempo e, sobretudo, àqueles que ocupam os mais importantes postos de liderança em nosso país, não só a preservação desse precioso legado de proteção ambiental, mas, sobretudo, a oportunidade de liderar um grande esforço coletivo para que o Brasil prossiga em seu caminho de nação que se desenvolve com justiça social e sustentabilidade ambiental.
O esforço global para enfrentar a crise climática precisa do ativo engajamento do Brasil. A decisão de assumir metas de redução da emissão dos gases de efeito estufa, anunciadas em Copenhagen, foi um desafio ousado e paradigmático que o Brasil aceitou. No próximo ano, sediaremos a Conferencia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, e o Brasil poderá continuar liderando pelo exemplo e inspirando os demais países a avançar com a urgência e a responsabilidade que a realidade nos impõe.

É por compreender a importância do papel na luta por um mundo melhor para todos e por carregar esta responsabilidade histórica que nos sentimos hoje na obrigação de dirigirmos a Vossa Excelência e ao Congresso Nacional nosso pedido de providências. Em conjunto com uma Política Nacional de Florestas, o Código deve ser atualizado para facilitar e viabilizar os necessários esforços de restauração e de uso das florestas, além que de sua conservação.

É necessário apoiar a restauração, não dispensá-la. O Código pode e deve criar um arcabouço para os incentivos necessários para tanto. O próprio CONAMA poderia providenciar a oportunidade para que tais assuntos sejam incorporados com a devida participação dos estados, da sociedade civil e do mundo empresarial. De nossa parte, nos colocamos à disposição para contribuir a este processo e confiamos que sejam evitados quaisquer retrocessos nesta longa e desafiadora jornada.

Brasília, 23 de maio de 2011

Carlos Minc (2008-2010)
Marina Silva (2003-2008)
José Carlos Carvalho (2002-2003)
José Sarney Filho (1999-2002)
Gustavo Krause (1995-1999)
Henrique Brandão Cavalcanti (1994-1995)
Rubens Ricupero (1993-1994)
Fernando Coutinho Jorge (1992-1993)
José Goldemberg (1992)
Paulo Nogueira Neto (1973-1985)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Enquanto isso... A preocupação com a educação

Amanda Gurgel: falando o óbvio, buscando o indispensável


A professora do Rio Grande do Norte Amanda Gurgel virou heroína da causa da classe, por melhores salários. Um vídeo no qual ela silencia os deputados do RN em audiência pública quando fala sobre a situação crítica da educação já tem mais de 1 milhão de visualizações no You Tube.

Em seu depoimento, Amanda Gurgel fala sobre o quadro da educação no Brasil apresentando seu contracheque de R$ 930 reais. “Como as pessoas até agora, inclusive a secretária Bethania Ramalho, apresentaram números, e números são irrefutáveis, eu também vou fazê-lo. Apresento um número de três algarismos apenas, que é o do meu salário, de R$ 930".

A professora continua seu discurso dizendo que "os deputados deveriam estar todos constrangidos com a educação no estado do Rio Grande do Norte e no Brasil. Não aguentamos mais a fala de vocês pedindo para ter calma. Entra governo, sai governo, e nada muda. Precisamos que algo seja feito pelo estado e pelo Brasil. O que nós queremos agora é objetividade”.

Mas o que ela falou de diferente? Disse afinal alguma novidade? Então porque dessa repercussão? Talvez a coragem de falar essa verdade na frente dos deputados do Estado e silenciá-los, deixando os mesmos sem condições de qualquer consideração.

O que há de novidade nisso tudo é que a própria mídia abriu espaço para a discussão apresentada pela professora ontem (dia 22) ela foi ao Faustão e falou novamente sobre a educação do país. O próprio Faustão disse que a educação do Brasil é ruim “desde a época de Cabral”. O fato é que estão reconhecendo que algo precisa ser feito pela educação, até por que eles sabem que nenhum país se desenvolverá sem que haja uma educação de boa qualidade, todos os países desenvolvidos prezam pela educação.

Destaca-se que não podemos colocar somente ela (Amanda Gurgel) como heroína, isso é o que a mídia quer, pois a colocando dessa forma passa a sensação que ela, e somente ela falou sobre os problemas educacionais do país. Como já afirmei, ela não disse nenhuma novidade, e sem tirar seu mérito isso é reflexo de uma luta de toda a classe.

Ela ressaltou durante o programa do Faustão toda a reivindicação sobre a má qualidade da educação e, defendeu a luta de classes “quando um professor entra em greve, os representantes políticos tentam abafar o caso, colocando os professores como responsáveis, mas na verdade aquele é o único momento onde estamos nesse sistema e que esses problemas vêm à tona, mas eles estão ali todos os dias, mas eles são abafados porque não tem divulgação em nenhum lugar, e quando estamos em greve, isso ganha uma grande repercussão na mídia e as pessoas passam a acreditar que a culpa é nossa, mas na verdade é culpa desse sistema que está estabelecido desde o império” afirma Amanda.

Ela é militante do PSTU, sendo assim quando ela fala em sistema, ela fala do capitalismo, como eu já afirmara em postagens anteriores, o problema da educação do país é estrutural, vivemos sob o domínio capitalista, onde se preocupam apenas com o capital.

E não nos iludamos com a “preocupação da mídia” na verdade se estão reconhecendo a melhoria da educação se deve a dois motivos principais: o primeiro é por que a má qualidade chegou a um estágio que não dá para esconder sua situação, ou eles fazem algo para mudar isso, ou passará a sofrer uma grande desordem em seu sistema, e isso eles não querem, e segundo como o país está em ascensão industrial, eles necessitam de mão de obra qualificada, daí a preocupação com o ensino técnico no país.

O fato é que as reivindicações provocadas pelos professores estão começando a serem vistos, mas por enquanto ainda só foi apresentada a ponta do iceberg, ou seja, muita coisa ainda falta para mudar a realidade do Brasil, porém aqueles que acreditam na revolução e na transformação em nosso país estão no caminho certo, e como disse Geraldo Vandré em uma de suas canções “vem vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer”.

sábado, 21 de maio de 2011

Enquanto segue a discussão do novo código florestal...


É leitores, a mídia "esconde" o que há por baixo do latifúndio, o problema que ao vê-los apenas por uma parte passamos a acreditar que aquilo é o todo! O mocinho na verdade é o vilão da história!

Código Florestal e a ineficiência do agronegócio

Por Gerson Teixeira
Do Núcleo Agrário do PT

para ver as tabelas acesse o link abaixo:

http://www.mst.org.br/sites/default/files/ARTIGO%20CODIGO-PRODUTIVIDADE-MAIO%202011.pdf

Às vésperas da provável aprovação, pela Câmara dos Deputados, do Substitutivo Aldo Rebelo ao PL que altera o Código Florestal, todas as complexas dimensões da matéria foram mais ou menos abordadas nos debates do tema processados nos últimos meses. No entanto, as ponderações mais importantes da comunidade científica, amplificadas por políticos, lideranças da sociedade civil e ambientalistas, sobre os potenciais danos socioambientais da propositura, dificilmente serão observadas no texto da futura Lei.

Está claro que na perspectiva dos interesses seccionais do agronegócio, os objetivos essenciais para a aprovação do texto do Substitutivo na versão que circulou até a semana passada, envolvem: (i) o resgate da regularidade ambiental, por meio da anistia de multas e do rebaixamento dos compromissos com a recuperação de passivos ambientais, especialmente em RL e APP; e (ii) a liberação de áreas para a expansão das suas atividades através da institucionalização das chamadas “áreas consolidadas” e da precarização da legislação ambiental, via a sua descentralização.

No plano da prática política dos ruralistas, essas demandas replicam, na temática ambiental, as estratégias políticas exitosas consagradas nas sistemáticas ações pelo alongamento, repactuação e remissão de dívidas no crédito rural.
Contudo, se no caso do endividamento os ruralistas sempre enfrentaram (com êxito), resistências políticas por conta dos desdobramentos fiscais dessas medidas, os propósitos de relaxamento dos passivos e da legislação ambiental, encontram receptividade, ainda que tácita, em parcela razoável da sociedade e do governo.

Isto porque, os pesados ônus políticos e ambientais de tais concessões são relativizados ante as projeções dos substantivos „ganhos econômicos‟ para o país com a forte inserção do agronegócio brasileiro em um mercado internacional progressivamente mais atrativo para as commodities agrícolas.

Por essa razão (entre outras), os ruralistas demandam a aprovação da proposta Aldo para disponibilizar mais áreas para a atividade agrícola, e assim libertar a atividade do suposto engessamento institucional atual para a viabilização do potencial produtivo da agricultura brasileira.

Na realidade, trata-se de discurso oportunista na busca de „saída fácil‟ para as insuficiências estruturais da base primária do agronegócio. Afora a confortável posição do Brasil em termos de disponibilidade de áreas agricultáveis (não exploradas ou ineficientemente exploradas), a realidade mostra que o grande óbice aos objetivos produtivistas da atividade agrícola no Brasil está associado aos discretos índices de produtividade dos seus principais produtos no plano mundial.

Uma eventual aproximação dos níveis de produtividade desses produtos aos verificados nos países de primeira linha possibilitariam o crescimento exponencial da produção agrícola brasileira, sem a necessidade de concessões descabidas e de mutilações das normas ambientais em vigor.
Os dados da FAO, referentes ao ano de 2009 confirmam essa realidade para produtos estratégicos do agronegócio, desautorizando, portanto, as pregações acerca da excelência dos padrões técnicos do agronegócio brasileiro.

No caso do arroz, a produtividade média do produto no Brasil, de 4.365 Kg/Ha, coloca o país em 37ª posição no ranking mundial, atrás de países como El Salvador, Peru, Somália, Ruanda, etc..
A produtividade média do milho no Brasil é ainda mais irrelevante em termos globais. Ocupamos a 64ª posição mundial com produtividade média de 3.7148 Kg/Ha.

No trigo, a insignificância dos níveis médios da produtividade do produto no Brasil assume proporções vergonhosas. Com 2.200 Kg/Ha, o Brasil está situado na 72ª posição. Mesmo na soja, o produto carro-chefe do agronegócio exportador brasileiro, a produtividade média, de 2.636 Kg/Ha, coloca o país na 9ª posição no ranking mundial. Na média de todos os cereais, a produtividade no Brasil em 2009, foi de 3.526 Kg/Ha, o que colocou o país no 56º posto em termos globais.
Na pecuária de corte, afora a sofrível relação UA/área, o nosso índice médio de produtividade, expresso em peso da carcaça, de 220 Kg/Animal, posiciona o país na 48ª colocação em todo o mundo.

É óbvio que os níveis da produtividade são fruto da interação de muitas variáveis. Em cima desse fato, poderia haver a alegação de que diferenças de fertilidade ou outras condições justificariam tal desempenho do agronegócio brasileiro vis a vis os países que lideram os níveis de produtividade.

Não obstante as nossas inegáveis potencialidades naturais para a atividade agrícola, essa argumentação perde substância diante dos gastos desproporcionais do país com fertilizantes e agrotóxicos. Em tese, a utilização superintensiva desses produtos contrarrestaria os fatores, na esfera natural, que propiciariam a outros países maiores desempenho em produtividade.
De acordo com o IFA - International Fertilizer Industry Association, o Brasil é o 4º maior consumidor de fertilizantes em todo o mundo, atrás, apenas, da China, Índia e Estados Unidos.

Observe-se que, por exemplo, a área com cereais na China é 4.4 vezes superior á do Brasil; nos EUA, é 3 vezes maior; e, na Índia, 4.8 vezes superior que a área com cereais no Brasil.
Quanto aos agrotóxicos, desde 2009 nos transformamos nos maiores consumidores mundiais desses produtos conforme estudo encomendado pela ANDEF – Associação Nacional de Defesa Vegetal.
Corroborando essa posição, os dados da FAO (FAOSTAT), atestam que a partir de 2007 nos transformamos no principal país importador de agrotóxicos.

Naquele ano, importamos US$ 282 milhões em inseticidas (incremento de 217% sobre o ano de 2000); com o Vietnã em segundo lugar, com importações de US$ 150.2 milhões.
Em fungicidas, importamos US$ 242 milhões (incremento de 473% sobre as importações de 2000), contra US$ 140 milhões da China, segundo maior importador. Os dispêndios com importações de herbicidas somaram US$ 276 milhões (incremento de 139% sobre o ano de 2000). A Ucrânia, em segundo lugar, importou US$ 171.4 milhões.

Em suma, esses dados mostram que, dominantemente, a agricultura braseira ainda não completou a modernização conservadora, daí os níveis relativamente medíocres da produtividade. Ou seja, ainda estamos no curso de uma “revolução verde” tardia. Não é à toa que, diversamente da maior parte dos países com tradição agrícola, somente na primeira década deste século os índices de produção líquida per capita de alimentos no Brasil passaram a ser positivos, i.e, a taxa de crescimento da produção passou a suplantar a taxa de incremento populacional.

Significa que mesmo nos marcos da ciência agronômica que fornece o substrato técnico do modelo produtivista, o Brasil não incorporou as mais modernas inovações produtivas e de gestão.
A eloqüência dos discursos dos ruralistas sobre a excelência produtivista do agronegócio encontra-se bem a frente dos indicadores reais da atividade. Estivessem esses indicadores, compatíveis com os discursos, o Brasil já teria multiplicado a sua produção agropecuária sem a necessidade de precarizar ou afrouxar as normas ambientais em prejuízo do futuro do próprio país.

Enfim, essa alegação para a alteração do Código Florestal não passa de uma confissão da própria incompetência. Reafirma o descompromisso natural de grande parte dos ruralistas com qualquer coisa que ultrapassa o mata-burro da fazenda.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Num futuro não muito distante...

Transposição do São Francisco: um debate antigo... um problema atual

Qual foi a última vez que você ouviu falar na mídia sobre a transposição do São Francisco? Não sei você, mas eu tenho muito tempo. É fato que todos nós tendemos a deixar um assunto de lado depois de certo tempo, mas isso não significa que o problema foi superado, o debate pode ser antigo, porém o problema é atual.

Muitas perguntas foram levantadas sobre a transposição do Rio São Francisco: quais os impactos que ela poderia causar num rio já tão degradado? O Velho Chico resistiria a essa obra? O povo seria mesmo o beneficiado? Por que gastar tanto se poderiam utilizar outros métodos mais baratos?

Sabemos que muitas tentativas foram feitas por parte de movimentos sociais, visando a não implementação da obra, porém essas tentativas não foram suficientes para o Governo recuar. Destaca-se que Governo idealizou e implantou a transposição não foi pensando no povo que morre de sede no semi-árido, mas sim porque há um jogo político e econômico muito forte. Tanto é que as pessoas que teoricamente seriam beneficiadas estão sendo indenizadas para saírem de onde ocorrerá a obra.

Uma obra tão grande quanto esta causará muitos efeitos negativos ao próprio rio, tanto é que o próprio governo confirma que o São Francisco precisa ser revitalizado, no entanto entre eles reconhecerem isso e fazerem algo para melhorar a situação do rio ainda é um abismo muito grande. Segundo o Governo enquanto as obras acontecem o rio está sendo revitalizado, porém nada tem sido feito de efetivo para a recuperação do São Francisco.

Pensando nos impactos causado pela obra, a Relatoria de Terra, Território e Alimentação lançou nos dias 21 e 22 de fevereiro, em Pernambuco, o relatório final da missão que investigou os impactos causados pela transposição do rio São Francisco e pela construção de barragens no semi-árido em comunidades tradicionais e assentamentos rurais.

A Relatoria esteve na região do semi-árido entre os estados de Pernambuco e da Bahia em outubro do ano passado, quando coletou depoimentos e denúncias das comunidades e se reuniu com os órgãos públicos locais. Durante a jornada, pôde constatou-se que várias comunidades que serão afetadas pelas obras ainda não possuíam os títulos de seus territórios. É o caso de diversos povos indígenas.

As comunidades reclamam também da falta de informações sobre o processo de transposição e da construção de barragens ao longo do rio. O fato é que a transposição beneficiará diretamente grandes obras, como a do Porto de Pecém (CE) e o setor da fruticultura irrigada, produção esta voltada para a exportação. Por outro lado, as comunidades tradicionais e assentamentos continuarão sofrendo com efeitos causados pela seca.

Além das denúncias feitas, o relatório é composto por diversas recomendações aos órgãos públicos, visando a superação das violações identificadas. Entre as recomendações, está o pedido de paralisação das obras da UHE Riacho Seco até que o plano de re-assentamento e as indenizações a serem pagas às famílias impactadas seja apresentado. A Relatoria também solicita que finalizem o mais rápido possível todos os estudos antropológicos das comunidades afetadas, para que as terras sejam tituladas e demarcadas, e que o Ministério da Integração exerça os termos de acordo para realização das obras compensatórias, assinado em 2008. Para acessar o relatório completo clique no link abaixo.



O Governo afirma que a vazão de água utilizada para a obra será suficiente para que o rio suporte, e, provavelmente ele não deixará de ser um rio perene exclusivamente pela transposição, porém se nada fizer para recuperar suas margens, utilizar outro tipo de método de irrigação e o não uso dos agrotóxicos no agronegócio, impedir a lançamento do esgoto de tratamento no rio, se tudo isso não for feito ele gradativamente vai sofrer grandes conseqüências, mesmo que ele continue perene a vazão da água diminuirá pós canais, facilitando o assoreamento.

Mas o principal problema não é o ambiental, pois como disse se ele fosse revitalizado seria “possível”, no entanto uma obra como essa é desnecessária primeiro por que é uma obra de custo muito alto e segundo porque para levar água ao povo outros métodos seriam mais eficazes e de melhor custo benefício. As cisternas já mostraram ser um método barato e eficaz, durante meu período de graduação fiz uma pesquisa sobre os recursos hídricos e foi constatado que esse método aliado a pequenos outros seriam suficientes para abastecer uma família no período de seca, se cada casa tivesse duas cisternas com certeza carros pipas seriam necessários apenas no período de grandes estiagens.

Para se ter uma ideia do benefício das cisternas em Encantado, comunidade localizada no município de Petrolina-PE, tem uma moradora que apenas uma vez precisou de carro pipa em sua cisterna, ela a utilizava apenas para beber era verdade, mas aliado a outros métodos isso seria possível para todos. Para se ter uma noção do custo benefício de uma cisterna cada uma custa cerca de R$ 1.200,00, se analisarmos a transposição beneficiará 11 milhões de pessoas, ou seja com cerca de 27 milhões seriam necessários para construir 2 cisternas por pessoas, a obra da transposição já está custando 7 bilhões e está prevista para terminar somente em 2013.

Então fica a pergunta, por que não fazer cisterna em vez de transpor o rio? A resposta é simples, cisterna não irriga plantação, nem suporta indústrias. Nesse sentido, mais uma vez a seca é utilizada para obtenção de benefícios políticos e econômicos.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A situação atual do São Francisco



A exploração dos recursos hídricos, minerais, vegetais e humanos de toda a bacia do Rio São Francisco ao longo de 511 anos causaram imensos danos, alguns irreparáveis, a toda a região do Vale do São Francisco. Assoreamento, desmatamento, erosão e poluição são problemas enfrentados pela população do vale há anos, e o tipo de impacto ambiental está interligado à atividade econômica desenvolvida em cada região.

No Alto São Francisco, a concentração demográfica, as atividades econômicas do quadrilátero ferrífero e as indústrias de transformação da Grande Belo Horizonte são as principais causas da degradação ambiental da região. Acrescenta-se também, o garimpo de diamantes que altera o leito do rio com grandes dragas, lançando depois o material retirado em suas margens que retornam ao rio quando chovem.

No Médio e Sub-Médio, a principal fonte de poluição é o agronegócio, que é implantado sem preocupar-se com a preservação dos recursos hídricos, pois estes se preocupam apenas com o lucro. Os projetos de irrigação e a agricultura provocam não o desmatamento da mata ciliar e, conseqüentemente, carrega sedimentos para o leito do Rio. Acrescenta-se também que o uso dos agrotóxicos contaminam as águas do São Francisco, pois no período chuvoso a água leva consigo o solo e também tudo que está nele.

O rio sofre também com a contaminação de suas águas com o esgoto que é jogado sem nenhum tratamento. Adiciona ainda, a construção de hidrelétricas ao longo do rio, que é um grave problema. Além das transformações significativas que obras como barragens e usinas provocam nas áreas onde são instaladas, com reflexos diretos na vegetação e vida animal, o regime das águas também é afetado. No Baixo São Francisco, uma preocupação de cientistas e ambientalistas é a regularização do fluxo de água, prejudicado e tem se tornado irregular com todas as mudanças feitas no percurso e pelo uso excessivo do recurso.

As sucessivas barragens feitas ao longo do rio provocam um processo quase irreversível de assoreamento, pois diminuem a correnteza natural, formam bancos de areia e transformam os drenos naturais de água em áreas pantanosas. Além disso, a regularização dessas usinas tem provocado efeitos também na atividade pesqueira e na cultura do arroz feitas pela população da área. A extinção de lagoas e várzeas naturais onde ocorria a reprodução e captura dos peixes, e onde tradicionalmente se fazia a plantação do arroz, ameaça a sobrevivência de espécies naturais e da própria população local.

Os defensores das usinas explicam que ela ajuda a regular a vazão da água, no entanto, o homem não pode intervir no que é natural do rio, se antes existiam grandes inundações é porque o homem invadiu uma área pertencente ao rio, mudar isso é mudar toda a dinâmica fluvial. Destaca-se que Rio São Francisco como outros no país, vem sofrendo com a degradação e isso é culpa não essencialmente do homem, (é também) mas uma conseqüência natural do sistema atual vigente que se preocupa apenas com o lucro, o capital, fala tanto em desenvolvimento sustentável, mas nada faz para garantir a sustentabilidade.

Charge - Os EUA se "preocupa" com a revolta do oriente médio

Obama garante cortar gastos, no entanto manterá as despesas militares



Até onde pode chegar o governo dos EUA? Depois de divulgar que ultrapassaram o limite para a dívida pública e reconhecerem que novas medidas deveriam ter sido tomadas, o governo Obama afirmou dizer que mesmo irá pôr em prática o plano de corte de gastos públicos, no entanto irá poupar alguns setores.
Sendo assim imaginamos que os EUA irá cortar gastos militares que é o setor que os mesmos mais gastam não é verdade? É, mas só fica na nossa imaginação, pois segundo o governo estados unidenses entre os setores que estarão garantidos, está a segurança social, o sistema de saúde e os salários dos militares.
No entanto, os cortes de gastos públicos já estão certos de acontecerem. Até o momento já foi anunciada a suspensão do investimento do governo em dois fundos públicos de pensões.
Segundo o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, essa medida é necessária para cobrir as despesas mínimas, caso contrário não haverá dinheiro, "nem para a Segurança Social, nem para o programa público de assistência sanitária Medicare, nem para os salários do Exército, nem para pagar os juros da dívida que já está nas mãos de investidores de todo o mundo", destacou Geithner.
O limite de 14,3 trilhões de dólares da dívida norte-americana corresponde a 94% de todo o PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano. E caso os EUA apenas ameaçasse não pagar esta dívida já acarretaria uma crise financeira ainda maior em todo o mundo.
Apesar da esperança de pagamento, os credores do título da dívida pública estados unidenses, temem que os juros aumentem progressivamente e consenquentemente os custos de financiamentos.
O fato é que enquanto afirma o corte na previdência, Obama já divulga que vai continuar com os investimentos militares e demais áreas de interesse político, como o sistema de saúde. Pelo tamanho do rombo na economia estados unidenses, evidencia que haverá uma grande política de cortes dos serviços públicos comprometendo ainda mais os trabalhadores e os milhões de desempregados e, por conseqüência, as economias dos demais países.
Os EUA deveriam colocar como corte de gastos exatamente o que mais gasta e o menos necessário. Ou seja, os gastos militares, enquanto eles dizem está defendendo a paz mundial o país continua em crise com uma taxa de desemprego, milhões de americanos insatisfeito, e tenta manter sua popularidade matando um terrorista, como só o fato dele (Bin Laden) ser o líder a Al Qaeda deixaria de atacar, e o pior que ele sabe disso.
Mas por que ele faz isso? Certamente porque os EUA se preocupam mais em manter seu império do que cuidar de seu povo. O fato é que isso pode ter um efeito contrário e chegará ao fim o imperialismo estados unidenses.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Charge Inflação X Salário mínimo


(Obs. vendo por esse lado os funcionários públicos de Petrolina-PE teve seu salário reduzido), ainda recebem o salário de 2009, 465 reais, um absurdo)

Inflação é culpa da especulação do agronegócio

Por Frei Betto
No Correio da Cidadania



Quem costuma ir à feira, ao mercado ou ao supermercado para comprar alimentos sabe muito bem que eles têm subido de preços. A inflação começa a ficar fora de controle. O governo Dilma está consciente de que este é o seu calcanhar de Aquiles.

Os juros tendem a subir e a União anunciou um corte de R$ 50 bilhões no orçamento federal (espero que programas sociais, Saúde e Educação escapem da tesoura). Tudo para impedir que o dragão desperte e abocanhe o pouco que o brasileiro ganhou a mais de renda nos oito anos de governo Lula.

Lá fora, há uma crise financeira, uma hemorragia especulativa difícil de estancar. Grécia, Irlanda e Portugal andam de pires nas mãos. Na Europa, apenas a Alemanha tem crescimento significativo. Nos EUA, o índice de crescimento é pífio, três vezes inferior ao do Brasil.

Por que a alta do preço dos alimentos? Devido à crise financeira, os especuladores preferem, agora, aplicar seu dinheiro em algo mais seguro que papéis voláteis. Assim, investem em compra de terras.

Outro fator de alta dos preços dos alimentos é a expansão do agrocombustível. Mais terras para plantar vegetais que resultam em etanol, menos áreas para cultivar o que necessitamos no prato.

Produzem-se alimentos para quem pode comprá-los, e não para quem tem fome (é a lógica perversa do capitalismo). Agora se planta também o que serve para abastecer carros. O petróleo já não é tão abundante como outrora.

Nas grandes extensões latifundiárias adota-se a monocultura. Planta-se soja, trigo, milho... Para exportar. O Brasil tem, hoje, o maior rebanho do mundo e, no entanto, a carne virou artigo de luxo. Soma-se a isso o aumento dos preços dos fertilizantes e dos combustíveis e a demanda por alimento na superpopulosa Ásia. Mais procura significa oferta mais cara. A China desbancou os EUA como principal parceiro comercial do Brasil.

Soma-se a essa conjuntura a desnacionalização do território brasileiro. Já não se pode comprar um país, como no período colonial. Ou melhor, pode, desde que de baixo para cima, pedaço a pedaço de suas terras.

Há décadas o Congresso está para estabelecer limites à compra de terras por estrangeiros. Enquanto nossos deputados e senadores engavetam projetos, o Brasil vai sendo literalmente comido pelo solo.

Em 2010, a NAI Commercial Properties, transnacional do ramo imobiliário, presente em 55 países, adquiriu no Brasil, para estrangeiros, 30 fazendas nos estados de GO, MT, SP, PR, BA e TO. Ao todo, 96 mil hectares! Muitas compradas por fundos de investimentos sediados fora do nosso país, como duas fazendas de Pedro Afonso, no Tocantins, somando 40 mil hectares, adquiridas por R$ 240 milhões. Pagou-se R$ 6 por hectare. Hoje, um hectare no estado de São Paulo vale de R$ 30 mil a R$ 40 mil. É mais negócio aplicar em terras que em ações da Bolsa.

Segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), ano passado cerca de US$ 14 bilhões foram destinados, no mundo, a compras de terras para a agricultura. As brasileiras constaram do pacote. Estima-se que a NAI detenha no Brasil mais de 20% das áreas de commodities para a exportação.

O escritório da NAI no Brasil conta com cerca de 200 fundos de investimentos cadastrados, todos na fila para comprar terras brasileiras e destiná-las à produção agrícola.

O alimento é, hoje, a mais sofisticada arma de guerra. A maioria dos países gasta de 60% a 70% de seu orçamento na compra de alimentos. Não é à toa que grandes empresas alimentícias investem pesado na formação de oligopólios, culminando com as sementes transgênicas que tornam a lavoura dependente de duas ou três grandes empresas transnacionais.

O governo Lula falou muito em soberania alimentar. O de Dilma adota como lema "Brasil: país rico é país sem pobreza". Para tornar reais tais anseios é preciso tomar medidas mais drásticas do que apertar o cinto das contas públicas.

Sem evitar a desnacionalização de nosso território (e, portanto, de nossa agricultura), promover a reforma agrária, priorizar a agricultura familiar e combater com rigor o desmatamento e o trabalho escravo, o Brasil parecerá despensa de fazenda colonial: o povo faminto na senzala, enquanto, lá fora, a Casa Grande se farta à mesa às nossas custas.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Novo Estatuto dos Correios: abrem-se as portas para a privatização



Os trabalhadores dos Correios vem há muito tempo sofrendo com a grande precarização em seus serviços.

Tudo isso é reflexo de uma política que começou a ser implantada nos anos 1990, período em que o neoliberal Fernando Henrique Cardoso governava o país, e que foi mantido mesmo disfarçadamente com o presidente Lula, que continuou os loteamentos políticos, a corrupção e a falta de investimentos.

Com Dilma, não está sendo diferente, apesar de que no início de seu governo, Dilma adotou o discurso de que resgataria a credibilidade dos Correios colocando um ministro de sua confiança, Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento, no cargo de Ministro das Telecomunicações. Porém, nada disso aconteceu e os trabalhadores continuam sofrendo com a precarização de seus serviços.

A prova real disso é que governo Dilma Rousseff, publicou decreto que modifica o estatuto da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). Quase três semanas após a publicação de Medida Provisória (MP) que autorizava a modificação estatutária dos Correios, o governo finalmente tornou público o novo estatuto.

O novo estatuto faz com que os correios continuem sendo uma estatal, porém ele abre caminho para a privatização da empresa, pois permite que a empresa se torne sócia de empresas privadas, além de criar empresas subsidiárias, levando assim a terceirização dos serviços que deveriam ser de exclusividade dos correios.

Como se não contentassem com isso (e não se contentam mesmo), o novo estatuto enquadra a empresa na lei da Sociedade Anônima (S.A.), permitindo assim, a abertura do capital da empresa aos capitalistas, como aconteceu com a Petrobrás que o Governo “enche a boca” para dizer que é uma grande empresa pertencente ao país, mas grande parte de suas ações privatizada.

O novo estatuto, que vai atingir diretamente a vida de quase 110 mil trabalhadores dos Correios, foi feito de maneira oculta, pois o Governo temia uma enorme resistência dos trabalhadores contra a privatização, o governo do PT fez tudo às escondidas. Até mesmo após a publicação da MP o governo demorou mais de uma semana do prazo que havia estabelecido para apresentar o novo estatuto.

O fato é que isso mostra que o governo do PT, não se diferencia do governo neoliberal implantado pelo FHC, o que distingue um do outro é apenas o modo como é feito. O PT continua com as privatizações defendendo a classe burguesa, só que conseguem através de políticas compensatórias e falsos discursos de que isso é o melhor para o país e classe trabalhadora está sendo vista, e realmente vista está, porém não está sendo ouvida, pois calam a voz do povo, através da falsa ilusão que o Brasil ta crescendo e as condições do povo estão melhorando.

Leitores, a bolsa família é apenas uma forma de calar as pessoas, ela está muito abaixo do que a burguesia ganha do governo atual. Aprova é esse novo estatuto da ECT, o decreto do governo Dilma é um grande ataque aos trabalhadores e um enorme esquema de distribuição de dinheiro público para os capitalistas.

Enquanto isso em Brasília...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Para que emancipar-se?

Centenas de pessoas participaram ontem (15) de mais um evento pedindo a emancipação de Izacolândia, distrito de Petrolina. O movimento tem ganhado força por conta de um projeto da deputada Isabel Cristina (PT) na Assembleia Legislativa de Pernambuco, o qual será debatido em breve, de acordo com a Comissão de Emancipação.

Durante o evento, os palestrantes falavam ao público sobre o plebiscito que deve acontecer até setembro, já que em muitas cidades do País já estão sendo autorizadas as emancipações.

O palestrante e coordenador da comissão, Júlio César Monteiro, exemplifica o apoio consolidado das prefeituras de Jaguarari e Casa Nova, para os distritos de Pilar e Santana do Sobrado, na Bahia quando o prefeito disponibiliza estruturas para condução do processo e toda a logística que as comissões precisam.

Na ocasião, Júlio César disse esperar o mesmo apoio em relação ao prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio.

(O texto acima foi retirado do blog Carlos Britto).

É engraçado (ou não), como os políticos conseguem iludir o povo. Colocam na cabeça das pessoas como se o fato de se tornar cidade mudaria a vida deles para melhor. Mas na verdade isso só pioraria, a prova está nas pequenas cidades vizinhas a Petrolina, que muitas delas não conseguem se sustentar e ainda dependem e muito dela.

Com Izacolândia não será diferente, ela não tem como se auto-sustentar, a única coisa que mudaria seria uma oligarquia política mais forte. Não podemos nos deixar iludir com a ideia de que ser cidade é suficiente para melhorar a vida de todos. Não é a toa que a divisão de cidades, e Estados, chama-se divisão política, se o descaso em Izacolândia ou em qualquer outra parte do município é por que os políticos não administram Petrolina como deveriam.

Pensemos um pouco. Izacolândia tem infra-estrutura para ser uma cidade? Ela é capaz de auto-sustentar-se com recursos próprios? Se os moradores da futura cidade precisarem de um hospital para onde vão? Se precisarem de ir a um banco nela vai ter o banco que procura? E se precisarem algo relacionado a justiça, terão seu próprio fórum? Será capaz de pagar em dias e como devem seus funcionários públicos? (Isso nem Petrolina tá fazendo). Em que melhorará a vida do povo?

Então porque ser cidade? Mudará o que para o povo? Pois o político local é que será beneficiado, ja a população continuará na mesma.